Sem conseguir dar resposta para a maioria dos reclamos da população no que diz respeito à insegurança crônica do Maranhão, o secretário Raimundo Cutrim tentou tirar o foco da opinião pública para outra direção, na área da inteligência policial onde navega com mais tranqüilidade e prometeu retomar as investigações de alguns crimes que ainda se encontram sob o manto da impunidade no estado, que não foram totalmente elucidados, notadamente em Imperatriz e região, onde o governo do estado tenta a todo custo ganhar pontos com a população.
“Para a nova cúpula da secretaria de Segurança Pública, não há crimes que não possam ser solucionados. Basta dar condições de trabalho aos investigadores e cobrar resultados”, dizia o “novo” xerife em matéria postada naquela ocasião no site Imirante.com.
Os crimes
Inicialmente Cutrim prometeu rever apenas dois crimes o da morte de seu amigo Edvalter Ribeiro, o Valtinho da Trasnboi (em Governador Edison Lobão 24 de abril de 2008) e o do prefeito de Ribamar Fiquene, Ita Alves, fiel aliado de sua patroa, a governadora, que foi morto com cinco tiros em julho de 2007.
Mas, ao entrar por essa via, Cutrim abriu sem querer o armário de ossos da impunidade no Maranhão, pois além de muitos desses crimes terem envolvimento de políticos, abre o precedente para que a sociedade exija também a reabertura dos inquéritos de outros crimes que ainda clamam por solução.
Criticado por uns poucos corajosos da mídia local, Cutrim divulgou depois uma lista um pouco maior, incluindo o caso Ivanildo Júnior, que causou grande clamor em Imperatriz, já que o estudante foi encontrado morto, depois de ter sido abordado numa blitz policial e a do prefeito de Presidente Vargas, Raimundo Bartolomeu Santos Aguiar, o Bertinho, assassinado a tiros num emboscada, na BR-222.
Passaram-se meses, a imprensa não cobrou tampouco Cutrim sequer lembra o assunto, o que cabe uma pergunta: Em que deu? Aonde chegaram essas investigações? Quem mandou matar Ivanildo Júnior, Ita Alves, Valtinho da Transboi?
Mas a lista da impunidade não é também tão pequena, tem muito mais “cadáveres insepultos” na segunda maior cidade do Maranhão. Lembremos de alguns casos como o assassinato do agente de Turismo, Kennedy (empresa Kennedy Turismo) e o seqüestro e desaparecimento do Maestro Wilson Bandeira. O primeiro nunca se soube nada, nem mesmo de parentes que reivindicassem apuração, quanto ao segundo até hoje não se sabe o paradeiro do evangélico, apesar do suposto mandante ter sido preso por algum tempo. Claro, alguns desses casos já estão nas mãos da Justiça, o que posteriormente caberá outra nota sobre o assunto.
2 comentários:
Gostaria de parabeniza-lo pela coragem das denuncias. Pena que a grande maioria da população não tem acesso a informações de tamanha relevancia.
Se eles não resolvem crimes relacionados aqueles que são proximos deles imaginem dos filhos dos pobres que só lhes servem para continuar os elegendo.
Abraço.
É muito bom saber que pessoas como o senhor lembrem-se de cobrar por promessas feitas e não cumpridas. Sou filho do Valtinho da Transboi, assassinado em 27 de abril de 2006, a mando da pessoa que todos sabem quem é, porém, que por questões políticas, continua impune e acobertado pelas mãos do poder.
Estive em São Luis pessoalmente para conversar com o Secretário de Segurança Raimundo Cutrim, que por motivos obvios me tratou muito bem e se comprometeu a elucidar o crime, até mesmo porque ele e meu pai eram muito amigos. Mantivemos contato telefônico eu e o secretário por diversas vezes até a "pseudo" conslusão do inquérito policial, porém a partir daí, não sei se já de posse de provas irrefutáveis da autoria do crime ou do covarde mandante, não mais consegui falar com o Sr. Secretário de Segurança. Portanto estou como todos os cidadãos imperatrizenses.... Extremamente indignado com mais promessas feitas e não cumpridas, somente vendo as intenções e ações sórdidas da política entricheirando-se por seus obscuros caminhos para encobrir interesses ainda mais cinzentos.... Obrigado pela lembrança.
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