Qualquer analista
minimamente atento já percebeu que um dos objetivos claros do governo Roseana
Sarney é desmoralizar, desmantelar, enfraquecer, subjugar, vilipendiar mais
ainda todos os deputados e deputadas estaduais, quer sejam o de sua base aliada
quer sejam os da oposição. A
determinação é para tornar mais ainda a Assembleia num mero carimbador de
projetos nascidos no Palácio dos Leões.
No
desenvolvimento da democracia uma das grandes conquistas da sociedade foi retirar
dos monarcas, dos reis e governantes em geral, a legitimidade de expressar a vontade
geral do povo. Isso é feito através de representação nos parlamentos e nas
assembleias populares.
A
representação política brasileira evidentemente tem graves problemas, dentre os
quais, pode-se destacar o alto custo financeiro dos mandatos eletivos. A
representação política fica muito setorizada daí a bancada dos ruralistas, dos
empresários, dos evangélicos, dos parentes de quem já teve acesso ao poder,
enfim, de quem tem condições financeiras e políticas de chegar aos mandatos do
poder legislativo. Essa grave distorção não é equacionada pelo sistema jurídico
eleitoral brasileiro. Em geral essa distorção acompanha o parlamentar aonde ele
vai.
Abre-se
com isso uma profunda fenda, uma
completa falta de sintonia entre o povo (mandante) e os vereadores, deputados e
senadores (mandatários). O primeiro não se sente efetivamente representado
pelos segundos e estes não se sentem realmente representantes daqueles, mas representantes
de si mesmos, de interesses setoriais e familiares. Isso não é tudo, mas é uma boa
medida da democracia representativa brasileira.
Há
outras distorções, como o sistema jurídico, a composição dos Tribunais
Regionais Eleitorais muito fragilizadas em termos institucionais e éticos.
Veja-se, por exemplo, o processo de escolha dos juristas que integram os
regionais.
O
financiamento das campanhas eleitorais pode-se afirmar é o principal problema
da democracia brasileira, basta que se veja os escândalos nacionais do mensalão
e mais recente do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Aqui
no Maranhão, além dos problemas gerais acima apontados, há um problema
específico: o poder executivo estadual, que aqui se confunde com a governadora
Roseana Sarney, tem o domínio acachapante de todos os meios de comunicação.
Jornais, rádios, TV Mirante, SBT, blogs de maior audiência. Só sobra o Jornal
Pequeno que segundo as más línguas deu certa arrefecida em parte ao poder
constituído, talvez pelas propagandas institucionais que de uns tempos pra cá
também passou a ser aquinhoado.
Sob
a ótica da mídia, a governadora Roseana Sarney é quase imbatível. Fora sua
mídia, sobram uns gatos pingados de blogueiros, jornais periódicos e rádios,
que vivem no fio da navalha: entre a independência e sobrevivência.
O
Poder Judiciário tem suas especificidades que não permitem ao Poder Executivo
dominá-lo por inteiro, mas ninguém desconhece a influência da família Sarney
(e, pois, do Poder Executivo) sobre a toga maranhense. Mas a população nunca
acreditou muito mesmo no Poder Judiciário, não é mesmo?
Agora
uma coisa é certa: desde que Roseana Sarney voltou ao Palácio dos Leões,
especialmente a partir de 2011 que ela desenvolve uma campanha autoritária e
sórdida contra o Poder Legislativo maranhense.
Qualquer
analista minimamente sério já percebeu que um dos objetivos claros do governo
Roseana Sarney é desmoralizar, desmantelar, enfraquecer, subjugar, vilipendiar
mais ainda todos os deputados e deputadas estaduais, quer sejam o de sua base
aliada quer sejam os da oposição. A
determinação é para tornar mais ainda a Assembleia num mero carimbador de
projetos nascidos no Palácio dos Leões.
Através
de seu braço midiático formado por jornais, blogs, TVs, rádios, o governo
Roseana tem executado uma campanha sistemática de desmoralização política e
institucional do Poder Legislativo estadual.
Só
para exemplificar, vejam algumas matérias destacadas no jornal O Estado do
Maranhão: Em 13/2/2011 foi publicada ampla matéria denominada de “Deputados custam R$ 90 milhões anuais para
o contribuinte maranhense”. Em 17 de abril de 2011 “Assembleia registra baixo índice de produção legislativa no primeiro
trimestre de 2011”. Em 16 de maio de 2011 “Em 100 dias de mandato há parlamentares que se mantêm calados em
plenário”. O coroamento da campanha deu-se com ampla matéria veiculada em
rede nacional pela rede globo e depois por outros canais de TV.
Basta
que se faça um levantamento da imprensa sarneysista de fevereiro de 2011 até os
dias correntes, para que se perceba de maneira clara e sem nenhuma dúvida que
realmente há uma sistemática campanha midiática de desconstrução política e institucional
do já combalido parlamento estadual maranhense.
A
TV Mirante às vezes até bate no governo, esporadicamente, segundo dizem por
causa de uma suposta intervenção da Rede Globo no jornalismo da afiliada
maranhense, mas nada que seja tão arrasador, como faz juntamente com o Jornal O
Estado do Maranhão contra o parlamento maranhense.
O
que é curioso é que o governo não perdoa nem mesmo os deputados da base aliada,
que formam a maioria acachapante na assembleia. A campanha de desmoralização
chegou ao ápice com matérias televisivas divulgadas pelo Fantástico e em várias
edições do Jornal Nacional.
Depois
de muita taca e já com um desgaste político, eleitoral e institucional
praticamente sem recuperação política os deputados governistas começaram a ir
timidamente para o contra-ataque.



E
não para por ai: no noticiário da TV Mirante da noite desta quarta-feira 18/04,
novamente a taca comeu na Assembleia. Matéria sobre resolução que fixou os
valores para as verbas indenizatórias, ajuda de gabinete e auxílio-moradia,
paga aos parlamentares foi motivo de mais um desgaste entre parlamentares e
membros da imprensa sarneysista.
Os
deputados Manoel Ribeiro (PTB) e Tatá Milhomem (PSD), soltaram o verbo contra o
chamado “quarto poder”. Ribeiro chegou a lembrar aos jornalistas que no tempo
do regime militar eles não estariam ali daquela forma emparedando os deputados.
Já Tatá Milhomem lembrou que a ofensiva mais uma vez partia do “diário do
governo”, em tese, o sistema Mirante de Comunicação.
Mas
uma coisa é certa: Roseana já conseguiu produzir queimaduras de terceiro grau
na imagem do Legislativo maranhense. Alguns deputados desavisados foram tão
prejudicados que dificilmente conseguirão nova eleição, tamanha foi à queimação
política em rede nacional e estadual.
Agora
cá pra nós: que esta Assembleia merece taca, ah! Isso merece mesmo, pois ao
invés de enquadrar esse governo como faz o Congresso Nacional no chamado
presidencialismo de coalizão, deixa que o Poder Executivo aqui no Maranhão, Roseana
Sarney, enquadre os deputados, que mais se parecem com vereadores dos pequenos
municípios maranhenses, aqueles tão servis que os prefeitos não dão qualquer
valor.
Este
Poder Legislativo é tão submisso, tão covarde, tão descumpridor de seu papel
político e institucional, que permite que Roseana Sarney vete todos os projetos
aprovados pela Casa que não são oriundos do Palácio dos Leões. Ela veta
praticamente tudo que o legislativo aprova que não saia do Palácio dos Leões. A
maioria do legislativo maranhense é tão pérfida e ignóbil que depois aprova os
vetos da governadora de projetos nascidos nele e aprovados por ele próprio.
Um
Poder Legislativo infame deste naipe merece mesmo é muita taca, pois porque não cumpre sua missão institucional e
política.
O
problema disso tudo é que voltamos às avessas a época das Monarquias aqui no
Maranhão, onde essa história de outros poderes independentes e harmônicos é
conversa fiada de lunáticos que ignoram a realidade maranhense.
Bem
feito! Mais taca Roseana nesses deputados que não se respeitam e nem respeitam
os votos que receberam do povo maranhense.
Eles
devem ficar mesmo apenas com dois direitos na máxima castrense: “Não ter
direito algum e não reclamar do direito que tem”. É isso!
Um comentário:
Boa matéria. Ela é excelente para fazer uma análise da conjuntura política do Maranhão.
Postar um comentário