quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Povos Indígenas vão à Europa contra a destruição da natureza



Delegação Indígena do Brasil viaja à Europa para divulgar a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, coordenada pela APIB, uma organização criada para defender os Direitos Indígenas, a partir da articulação e união entre os povos e organizações indígenas das distintas regiões do Brasil.

A delegação é composta por 3 representantes, Sônia Guajajara- Vice coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, Romancil Cretan Kaingang – Coordenador Geral da Articulação dos Povos Indígenas do Sul – Arpin Sul e Mauro Terena Representante da Comissão permanente em Brasília da Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal – ARPINPAN.

Ao longo de oito dias pela Holanda e Alemanha, reuniram-se com representantes de Organizações Não Governamentais, Parlamentares, estudantes, pesquisadores e imprensa de Haia, Amsterdan e Berlim para reuniões, encontros, debates e posicionamentos do Movimento Indígena Brasileiro sobre os mais variados temas, como, Mudanças climáticas, REDD, Construção de Hidrelétricas, Monoculturas e Programa de Aceleração do Crescimento- PAC do Governo Federal.

Foram apresentas as idéias construídas no movimento indígena no entendimento que a política do estado brasileiro segue um viés desenvolvimentista econômico em detrimento das recomendações e demandas socioambientais atestadas pela comunidade científica .

“Somos favoráveis ao desenvolvimento do país mas não concordamos com a forma impositiva como está sendo implantado todos esses grandes projetos, como a Hidrelétrica de Belo Monte que afeta diretamente toda a biodiversidade e os povos tradicionais do santuário do RIO XINGU. O governo não respeita as leis conforme preconiza a Constituição Federal e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho- OIT, que garante aos povos indígenas o Direito à consulta livre, prévia e informada”, firmou Sônia Guajajara para uma entrevista de rádio em Berlim.

Durante as reuniões surgiram vários questionamentos para os indígenas em relação aos critérios para a produção sustentável de soja.” Cretan Kaingang afirmou que desconhece qualquer critério ou parâmetro neste sentido. "O que temos sentido concretamente são os impactos negativos causados pela expansão da soja em especial na Região Sul e Sudoeste do país, provocadas pela utilização irresponsável dos agrotóxicos que causam poluição das águas e transmissão de doenças de pele, dentre tantos outros problemas", disse Cretan.

Para complementar, Mauro Terena, reafirma que hoje os Guaranis Kaiowá , vivem marginalizados à beira das estradas do Mato Grosso do Sul, ameaçados pelos fazendeiros e donos do agronegócio. Tudo isso causado pela política do governo que favorece a expansão das monoculturas.

Como resultado das reuniões , os representantes indígenas avaliam que a imagem da APIB foi consolidada perante as organizações com as quais mantiveram contatos abrindo-se assim novas possibilidades de apoios e parcerias, tanto para a execução das ações da APIB como para as organizações que a compõem: COIAB, APOINME, ARPINSUL, ARPINSUDESTE E ARPINPAN.

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