Ato Público promovido pela OAB/Imperatriz reuniu autoridades, políticos e comunidade
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Subseção de Imperatriz – promoveu na manhã de hoje em frente a sua sede, na Rua Simplício Moreira, Centro, um Ato Público manifestando seu repúdio “pela matéria inverídica e difamante à cidade de Imperatriz, veiculada no dia 31 de maio no programa Conexão Repórter do SBT”.
Membros do Judiciário, políticos e representantes da sociedade civil organizada se fizeram presentes ao evento. O presidente da OAB local, Vandir Bernardino Bezerra Júnior, justificou a ausência do prefeito Sebastião Madeira em função de compromissos, mas disse que ele telefonou prestando apoio e solidariedade para a entidade. 

O Ato Público promovido pela Subseção da OAB também serviu para a entidade prestar uma homenagem à juíza Samira Helluy Barros por sua determinação em assinar uma Portaria interditando as dependências da Central de Custódia dos Presos de Justiça (CCPJ), que de acordo com a magistrada, não possui nenhuma condição de acomodar tantos presos em tão pequeno espaço. Quando de seu pronunciamento, a magistrada cobrou providências do Governo do Estado no sentido de se construir ou pelo menos ampliar a Central já existente.
Ao iniciar a série de pronunciamentos, o presidente da Subseção da OAB, Vandir Bernardino Bezerra Fialho Júnior agradeceu aos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, bem como o Poder Executivo, os quais, segundo ele, se uniram para condenar a atitude do jornalista Roberto Cabrini. “Não podemos permitir que esse jornalista de maneira irresponsável tente denegrir a imagem de nossa querida cidade”, disse o advogado.
Ao usar a palavra, a juíza Samira Helluy agradeceu o apoio recebido da OAB local em respeito sua decisão, ressaltando que tudo que tinha de falar da situação carcerária já foi relatada na Portaria. Afirmou categoricamente que o governo do estado nada tem feito para melhorar a estrutura da CCPJ.
Representando o Ministério Público, o promotor Jadilson Cerqueira afirmou que o termo usado pelo jornalista foi muito pesado e atinge, principalmente, o Ministério Público. “Ele deixa a impressão que nós não trabalhamos”, lembrou Cerqueira.
O secretário de Estado de Desenvolvimento do Sul do Maranhão, Adhemar Freitas se disse indignado com a matéria de Cabrini, ressaltando que ela não corresponde com a verdade. “Nós nunca fomos e nem somos capital do crime organizado, nem desorganizado”, disse Freitas, informando que o secretário de Segurança lhe prometeu recuperar os xadrezes de delegacias dos municípios vizinhos e ampliar a CCPJ de Imperatriz até o final do ano.
Por sua vez, o diretor do Fórum, Juiz Adolfo Pires da Fonseca, elogiou a OAB local pela iniciativa, lembrando que no Rio de Janeiro, bandidos ligados a um poderoso chefe do jogo do bicho detonou uma bomba teleguiada que atingiu um carro blindado da Polícia. “Portanto, esse repórter (Roberto Cabrini) foi muito infeliz ao tentar colocar Imperatriz como uma cidade violenta e capital da pistolagem”, disse o magistrado, elogiando a ação da colega Samira Helluy em interditar o presídio.
Filho legítimo de Imperatriz, o deputado estadual Carlos Lemos de Amorim, o Carlinhos Amorim, interrompeu compromisso na sessão da Assembléia Legislativa para se fazer presente ao Ato Público. Disse que o ato do jornalista foi irresponsável, “pois Imperatriz vive hoje um momento impar com a implantação de vários empreendimentos e uma matéria desse naipe até desestimula os investidores”, disse Carlinhos, acrescentando que apresentou na AL uma moção de repúdio contra o jornalista e que vai lutar na Assembléia para tornar a CCPJ num presídio mais humano.
Representando o prefeito Sebastião Madeira, o Procurador-Geral do Município, advogado Gilson Ramalho disse que “Imperatriz não é a capital da pistolagem, Imperatriz é a capital da oportunidade”. Ele lembrou que na cidade ocorrem crimes como acontecem em todas as cidades desse porte, “só que esses crimes são apurados e seus culpados levados a julgamento como determina a justiça”. Para o Procurador-Geral o município de Imperatriz não merece a pecha utilizada pelo jornalista em seu programa televisivo, “daí porque a indignação de todos os imperatrizenses”.
O Bispo Dom Gilberto Pastana se associou ao movimento, observando que a OAB devia procurar caminhos legais que obriguem o repórter Roberto Cabrini se retratar publicamente. “Temos que ir além desse repúdio”, disse Dom Gilberto, elogiando a ação da juíza Samira Helluy.
Piauiense de nascimento, o promotor Domingos Eduardo, da 5ª Vara Criminal afirmou que Imperatriz é a terra das oportunidades. Informou que de 2005 até o momento, ele acompanhou apenas três tribunais de crime de pistolagem. “Portanto, esta cidade não merece esse tratamento”, disse o promotor.
Destoante – Representando a Câmara Municipal, o vereador e repórter policial, Raimundo Roma, pronunciou um discurso completamente destoante com o ato. Ele fez questão de enumerar alguns crimes que ele considera de encomenda, os quais deixam bem claro que a pistolagem está presente em Imperatriz.
O discurso do vereador foi interrompido pelo também repórter policial Dema de Oliveira, o qual disse que a maioria absoluta dos crimes citados pelo colega foi provocada em outros municípios e até mesmo em outros estados.
Dema de Oliveira lembrou, ainda, que a matéria abordada pelo jornalista Roberto Cabrini, o caso do assassinato do estudante Ivanildo Júnior, foi distorcida, uma vez que a mãe do jovem informou ser esposa de um candidato do município de Davinópolis. Só que ele (Cabrini) distorceu, como se o pai do estudante fosse candidato do município de Imperatriz. Ao retornar a palavra, Raimundo Roma disse, em outras palavras, não adiantar se fazer nota ou moção de repúdio, “pois tanto o Cabrini, quanto Silvio Santos, dono da emissora, jamais se retratarão”, concluiu.
O discurso de Raimundo Roma foi criticado pelas pessoas presentes, as quais, ali se encontravam para repudiar a matéria infame e difamadora do jornalista do SBT, Roberto Cabrini. A própria emissora Difusora Sul, afiliada e retransmissora do SBT, em nota ao público reconheceu o lapso cometido pelo repórter da emissora nacional. Informou aos seus telespectadores que a produção do programa é de São Paulo e que a emissora local apenas cedeu as imagens da cidade para a rede. (Matéria gentilmente cedida pelo colega Domingos César)
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