quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PDT: da reorganização a boataria

Nos últimos dias muito tenho ouvido falar sobre os rumos do PDT. Uns dizem que o partido vai romper com PSDB, outros falam que vai se “alinhar” à Direção Nacional, e outros afirmam coisas que agente sequer entende.

Desde dezembro um grupo de filiados vem se reunindo para discutir estratégias para reforçar o PDT no Maranhão. A idéia é elaborar um conjunto de ações para reforçar a legenda que atualmente conta com muitos filiados, mas com pouca participação. O grupo começou a se reunir atendendo ao pedido do Presidente Estadual do partido, Dr. Jackson Lago.

O PDT hoje é dirigido por uma Comissão Provisória cujo mandato termina dia 02 de Fevereiro. O atual presidente é o ex-governador Jackson Lago que se encontra em São Paulo tratando de sua saúde. O Vice é o Deputado Julião Amim, que tem feito as vezes de presidente.

Participei de três reuniões e em nenhuma destas foi discutida a hipótese de rompimento com o PSDB, ao contrário, foi sim discutido a proposta do PDT fazer parte de um bloco de oposição justamente com PSDB e mais PC do B, PSB e PPS. Este bloco seria para num primeiro momento discutir a participação na Mesa Diretora da Assembleia. Logo seria contraditório sugerir rompimento com prefeitos do PSDB e formação de bloco na AL com este mesmo partido.

Quanto a Direção Nacional também não tenho conhecimento de nenhuma ação desta contra a Direção Estadual e vice-versa. O que tem sido discutido é que existe um distanciamento entre o PDT do Maranhão e o PDT Nacional. Este foi o primeiro partido a formalizar apoio a candidatura de Dilma Rousseff e hoje participa do Governo Federal tendo o pedetista Carlos Lupi à frente do Ministério do Trabalho e Emprego.

Já no Maranhão o partido fez campanha para José Serra e esteve coligado com o PSDB. Esta coligação foi autorizada pela Direção Nacional que levou em consideração a realidade local.

É preciso entender essa situação para que se comente sobre o realinhamento. O que a Direção Nacional deve querer é que o PDT no Maranhão fale a mesma língua do PDT no Brasil, no que se refere ao Governo Federal.

Vale ressaltar que é só uma opinião, vez que nada neste sentido foi formalizado, pois, até onde sabemos desde que terminou as eleições, ainda não houve reunião de representantes do Estado com a Nacional.

Em nenhum encontro foi exibido qualquer documento da Nacional determinando afastamento ou rompimento com qualquer prefeito, quer seja do PSDB ou de qualquer outra sigla. Como já disse, esse assunto sequer esteve em pauta, pelo menos nas reuniões.

É neste ambiente que aparecem os interessados por 15 minutos de fama e começam atravessar temas para tentar se cacifar. Pelo que tenho visto, muitos do que tem gritado ou defendido afastamento do PSDB na verdade querem mesmo é chamar atenção de João Castelo e Sebastião Madeira. Mas para que? Bom, só o tempo vai dizer!

*Raimundo Penha é secretário geral da juventude do PDT (Publicado originalmente no Blog do John Cutrim)

Um comentário:

André Morato disse...

O PDT tem que sair mesmo da sombra do PT, senão será engolido como todos os outros estão sendo. Nas últimas eleições, o PDT não encolheu e nem cresceu, ou seja, estagnou. Para uns isso é vantagem, mas para um partido que possui a melhor meta nacional que é a educação, a estagnação pode representar algo muito perigoso. Aliás, a coalização de esquerda para vencer a direita no Brasil não tem mais sentido.
Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o PT faz uma política do século 19 e os países adiantados já falam em contrapartidas para nos ceder mão de obra qualificada, já que o déficit é cada vez maior. Até a UNE foi comprada e estão transformando os vestibulares em exames nacionais e fora da competência das instituições educacionais. Enfim, o fato maior de desenvolvimento nacional está relegado a segundo plano na administração do PT, até mesmo em números do orçamento que são sonegados e desviados da educação.