segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Onofre Corrêa lamenta morte de Luís Brasília

Luís Brasília
O ex-deputado federal Constituinte, Onofre Rodrigues Corrêa enviou-me um comentário a respeito de Luís Brasília. Pela importância do fato e como prometi algo mais sobre a trajetória de Luís em Imperatriz - o comentário chegou na hora certa - resolví publicar como post e não penas nas páginas do comentário. Veja a narrativa de Onofre sobre Luís Brasília, a quem tratava amigavelmente como "LB":

Moura, sobre o nosso amigo LB posso lhe dizer que foi umas das mais gratas e  profícuas amizades que tive.  Fomos apresentado nos idos de 1984 pelo seu cunhado Orlando, então responsavel pelo loteamento Tres Poderes. Brasília era então casado com Margarete com a qual já possuia  duas lindas garotas. A princípio, o que parecia ser somente um secretário,  Brasília, pela sua curiosidade cultural cativou a todos e se tornou o responsavel pelo meu comitê  de campanha para a constituinte de 1987.
 
Naquela ocasião, mesmo inexperiente, firmou-se como um grande organizador e coordenador  da pauta de campanha. Nos aproximou muito  o acesso dele  às edições dos livros sócios-políticos  impressos pela  Universidade de Brasília, que se não me engano,   onde ele tinha trabalhado.  Eram  em torno de uns 20 volumes , um a um, foi motivo de muito papo de formação. 

Já no campo pessoal, dele muito pouco tenho a falar. Porém, sempre   percebí  um conflito interior  nestas coisas de família. 

Nosso amigo tinha uma forma peculiar de demonstrar seu inconformismo  e indignação com o "statuos quo", mais  desdenhava dos que contestavam seus pontos de vista. Com o andar dos tempos ele percebeu - veja que é minha percepção, que a "engrenagem"  era muito forte e que a sobrevivência falava mais alto. Daí, devidamente  "enquadrado" ele se entregou e se entregou também  ao vício  com todas suas consequências. Como quem diz: taí , estou me entregando, mas tb estou me penitenciando, vingando de mim mesmo pela minha  capitulação.

Imperatriz, hoje, perdeu muito. Estou muito triste. "A cortina baixou precocemente para meu grande amigo" - BSB  Descanse em paz.

5 comentários:

Josué Moura disse...

A Associação de Imprensa da Região Tocantina – AIRT, com grande pesar lamenta o falecimento do sócio desta entidade, Produtor Luiz Brasília, Homem de alma extensa com um rumo brilhante nas expressões nítidas da cultura, política e crescimento de imperatriz e do Maranhão.

Um grande pensador e produtor do Sistema Mirante de Comunicação, tudo que se dedicava, exercia com muita aptidão, idoneidade e o zelo pelos seus dons. Os radialistas, jornalistas e a própria imprensa maranhense, com certeza, saberão arquivar na lembrança o nome deste grande homem.

A AIRT na essência da narrativa se solidariza com os familiares, membros do Sistema Mirante de Comunicação e amigos, neste momento de dor e perda do ente querido, e ícone da comunicação imperatrizense. Perde a AIRT um de seus mais ilustres sócios, e os movimentos culturais um ilustre incentivador.
(Ozias Pânfillo - Presidente da AIRT)

ARISITDES SAMBAIBA disse...

LAMENTO A PERCA DO FIGURA HUMANA LUIS BRASILIA., COM TIVE O PRAZER DE CONVIVER QUANDO MOREI EM IMPERATRIZ., DEUS TENHO UM BOM LUGAR.
ARISTIDES SAMBAIBA

Edvan disse...

tive o prazar de coneçer luis quando trabalhei com ele na campanha do onofre um grande xara

Josué Moura disse...

Carlos Leen escreveu em seu blog (http://carlosleen.blogspot.com/) sobre Luís Brasília:

A FACE OBSCURA DE LUIS BRASÍLIA

Muitos o conheciam apenas como o produtor cultural da TV Mirante ou apenas um jornalista antigo e experiente. Mas por trás do trabalho de Luis Brasília poderíamos identificar facilmente ao que de fato interessava no homem e pessoa humana desta figura.

Sua sina era a de viver a arte e a cultura não como formas meramente simbólicas, havia também esta força de caráter em impedir que o lugar-comum e a falta de criatividade reinasse soberana em nossa cidade.

Brasília era um agitador cultural na sua mais alta concepção do termo. Era amado e odiado pelo seu comportamento sincero e por vezes pueril, mas que se negava a viver de forma ordeira e medíocre: tinha alma de artista rebelde. Talvez, sem causa.

Lembro-me uma vez que ele havia prometido repassar-me em torno de quatro ou cinco mídias digitais contendo diversos programas gravados do extinto “Arte Nativa”. A idéia seria a de publicá-los no site Praça da Cultura (em breve de volta com novo visual). Conforme combinado fui a Mirante para buscar material e qual não foi minha surpresa ao perceber que por lá, Brasília não havia me deixado nada. Nas semanas subseqüentes recebi várias ligações da figura me dizendo: “Já separei o material, vem aqui buscar, oh Carlos (...)”. No entanto, nada! Eu sempre voltava de mãos vazias!

Até que um dia, já de saco cheio, recebo nova ligação do Brasília: “E aí cara tu vai lá ou não pegar a porra, do material?”, e aí respondo: “Brasília cara pega esse material e soca no teu c...”. Aí ele retrucou: “Bicho vai-te f..., tô tentando te ajudar. Não trabalho mais contigo.”.

Dias depois o encontro no show de Wilson Zara & Carlinhos Veloz, de bonezinho, copo de whiski na mão, chega pra mim num sorriso e fala: “Olha bicho tu vai acabar tendo uma ulcera, tem que relaxar mais mano (...) Essa tal de Heloisa Helena tá de deixando doido!”.

Assim era Luis Brasília, um louco, competente, debochado, mas acima de tudo uma figura humana incrível.

Vai na paz irmão!

Josué Moura disse...

Alguns comentários sobre o Luis Brasília enviados a mim que acho importante publicar no blog,mesmo não tendo vindo por ele.

FERNADO MENDONÇA escreveu:

Eu confesso a vocês que nunca procurei entendeu bem o que fazia ou deixava de fazer o Luis Brasília.

Eu tinha um grande carinho e afeição por ele, e sei que eram recíprocos.

Convivi muito bem com ele frequentando sua casa e de uns pouquíssimos amigos comuns, e o recebi em minha casa várias vezes.

Guardarei dele as suas boas loucuras e seus rasgos de fina inteligência.

Nunca entendi bem porque o seu ritmo frenético em direção ao suicídio.

Vá se entender bem o que vai no âmago de cada indivíduo.

Eu o tinha como um boa praça e bom vivant.

Lamento seu desaparecimento.

Fernando.


JOSÉ GERALDO ESCREVEU:

HOJE, findando quase esta terça-feira, 22 de fevereiro de 2011.

Não sou chegado a frequentar blogs, mas...

Via blog do Josué, que sistematicamente me passa seus releases, encaminhado ao do ADALBERTO FRANKLIN, deparei com esta afirmação, muito mais que estranha (para usar de eufemismo):

Brasília apareceu e desapareceu de Imperatriz sob a marca do mistério.

Quase ninguém sabia qual era mesmo sua atividade principal;

o que ou quem o prendia à cidade. De sua família, ninguém dava notícia.
http://adalbertofranklin.por.com.br/2011/02/luis-brasilia-algumas-lembrancas/



Mais estranha ainda pelo que pouco depois anota, em suas “Lembranças” sobre nosso Brasília, que partiu de nosso convívio.

Veja-se:

Colaborou com tudo, sem demonstrar ou carrear interesse pessoal ou mesmo fazer qualquer exigência de caráter ou apoio político ao grupo ao qual pertencia.

Foi essa incondicionada atividade que certamente o fez respeitado por todos os fazedores de cultura de Imperatriz.

Esteve presente em praticamente todos os grandes eventos culturais de Imperatriz



Como então dizer que, sic, “Quase ninguém sabia qual era mesmo sua atividade principal” ?

Igualmente, é nada razoável (outro eufemismo...) reclamar, sic/sic: “De sua família, ninguém dava notícia”

NOSSA!

E o respeito pela pessoa?

Sinceramente, acho que foi um escorrego (mais um eufemismo!) num lamentável descuido de expressão.

Algo a ser oportunamente (?) retificado.