quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Impunidade: 18 anos depois Caso Renato Moreira encabeça a lista dos crimes impunes no Maranhão

Renato Moreira
Hoje, quinta-feira, 06/10. completam 18 anos da morte do prefeito Renato Cortez Moreira, assassinado às 6 horas do dia 6 de outubro de 1993, no Mercado Municipal Bom Jesus, próximo à sua residência.  O caso Renato Moreira encabeça a longa lista no armário da impunidade no Maranhão. Lembremos só alguns deles, aqui na segunda maior cidade do estado: Ezir Júnior, Maestro Wilson Bandeira, Kennedy Turismo, Advogado Valdeci Rocha, entre outros que mais repercutiram. 

Fora as centenas de pessoas do povo que são assassinadas todo ano e que muitas vezes de maneira cômoda a polícia e a imprensa se apressam em por uma pedra em cima do caso, anunciado que: "era alguém do submundo do crime", "reagiu contra a polícia" ou "foi queima de arquivo, acerto de contas".

Voltando ao caso Renato, que completa hoje 18 anos, apesar de todo esse tempo, não existe nenhum mandante na cadeia, apenas cumpriram  pena os chamados agenciadores, Sousão e Arnaldo. Sousão está solto e Arnaldo morreu misteriosamente quando vinha de moto de São Luís para Imperatriz, numa daquelas licenças para passar a semana santa com a família. O pistoleiro que teria feito os disparos contra Renato Moreira nunca foi encontrado, uns dizem que foi o próprio Arnaldo, outros dizem que o pistoleiro foi vítima de "queima de arquivo" logo em seguida ao crime.

Os mandantes

Damião Benício
Salvador Rodrigues
Segundo  a polícia, o assassinato de Renato Moreira foi tramado por um consórcio de pessoas com interesses contrariados, o vice-prefeito Salvador Rodrigues comprometido com Damião Benício (um dos financiadores da campanha de Renato e que não havia recebido), o empresário Ronaldo Arantes e Geraldo Hipólito,os dois últimos detentores de exclusividade nas linhas de transporte coletivo de Imperatriz e que teve esse monopólio quebrado pelo prefeito Renato.

O vice-prefeito Salvador Rodrigues, preso alguns dias depois do crime, foi solto, assumiu a prefeitura mas foi expulso pela Revolução de Janeiro, em 95. Foi julgado no ano passado, exatamente no dia em que completavam 17 anos do crime, sendo condenado a 18 anos de reclusão, mas ganhou o direito de recorrer em liberdade. 

Geraldo Hipólito
Na semana passada, o Tribunal de Justiça acolheu recursos de Damião Benício dos Santos e Ronaldo Arantes e determinou o retorno dos autos à justiça de 1º grau, para que o juiz de primeira instância reinicie a instrução do processo. Geraldo Hipólito estaria ( não tenho certeza) iniputável, por ter mais de 80 anos e se encontrar gravemente doente.

Família Moreira 

Por alguns anos a família de Renato Moreira (leia-se os irmãos) fez intensa cobrança e até mesmo ativismo anti-impunidade  para ver uma ação da Justiça colocando atrás das grandes os responsáveis pelo crime que abalou Imperatriz na década de 90, mas o acobertamento político/jurídico e finalmente a fatalidade da vida os venceu. José Cortez Moreira, o "Moreirinha" e  Augusto Moreira (irmãos de Renato) morreram. O primeiro de Câncer e o segundo de ataque do coração, o que arrefeceu a luta contra a impunidade do crime. Hoje não se vê nem se ouve nenhum membro da família cobrar justiça. 

Diga-se de passagem, a mulher e os filhos de Renato nunca cobraram, se mantiveram calados, mais preocupados em se defenderem de ações na Justiça contra o patrimônio que o ex-prefeito deixou. Muitos dos processos gerados por uma certa auditoria realizada pelo então interventor Ildon Marques, que colocou o finado Renato Moreira como um prefeito corrupto, juntamente com o grupo que o elegeu, denunciando uma longa lista de pessoas que teriam se aproveitado do erário municipal. 

18 anos depois pouca gente ainda crê  que o braço da justiça humana alcançará os reponsáveis pela morte de Renato Moreira. Talvez, quem sabe, a Justiça divina, aquela que dizem que tarda mais não falha, desça a sua espada na cabeça daqueles que cometeram um bárabaro crime, levados pela cobiça e pelo ódio...

6 comentários:

Anônimo disse...

Como se vê, caro Jornalista, a impunidade é manifesta e patente a favor destes mandantes inescropulosos do crime bárbaro do ex-prefeito RENATO MOREIRA.Se verifica no entanto, que a nossa sociedade é hipócrita e omissa, pois nenhum comentário até então foi feito. Este tal de DAMIÃO BENÍCIO DOS SANTOS, trata-se de um elemento altamente nocivo em nossa sociedade e merecia a pena de morte,(SE EXISTISSE), pois, o mesmo sá vive de ilícitos e crimes. Trata-se de um RÁBULA, oportunista, mandante de homicídios, crileiro de terras e bandido fino. Deve sim ir a Juri Popular e ser condenado a pena máxima.

Anônimo disse...

Pena máxima para este DAMIÃO BENÍCIO DOS SANTOS.

George Hamilton Maranhão Alves disse...

A história de Imperatriz é marcada por crimes políticos. Aqui em Marabá, a disputa pelo poder não chega à prática de homicídios.

George Hamilton Maranhão Alves disse...

A história de Imperatriz é marcada por disputa acirrada pelo domínio da máquina pública, levando a homicídios. Em Marabá, a disputa pela máquina estatal não é tão acirrada, levando a suicídios.

Anônimo disse...

Deixo um questionamento, será que somos iguais perante a lei? Por que essas pessoas não foram punidas?

Anônimo disse...

Deixo uma pergunta, será que todos somos iguais perante a lei? Porque essas pessoas não foram punidas?