
Antes, Márlon proferiu a palestra “Ficha Limpa – o novo regime de inelegibilidades”, às 19h30 na Escola Superior de Advocacia.
Em seguida, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) fez o lançamento do livro em noite de autógrafos bastante prestigiada a presença de diversos nomes da vida nacional, como Francisco Caputo, presidente da OAB-DF, Cesar Britto (ex-presidente do Conselho Federal da OAB e autor do prefácio da obra) e o Senador Pedro Taques (PDT-MT), além do staff da Editora Leya, responsável pela publicação da obra, importante empresa europeia que passou a atuar nos últimos dois anos no Brasil.
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Lançamento do livro na sede da OAB-DF |
Durante oito anos, Márlon estudou as alterações
do Direito Eleitoral no Brasil e verificou que as grandes responsáveis pelas
principais mudanças nesta área são justamente o povo brasileiro. Foram duas
leis de iniciativa popular: a Lei 9840, de 1999, que tornou possível a cassação
de políticos por compra de votos e por uso eleitoral da máquina pública, e a
Lei Complementar 135, de 2010,
a Lei da Ficha Limpa – as duas regras eleitorais mais
importantes surgidas no Brasil nos últimos tempos. (Fonte: Congresso em Foco).
Márlon: “o povo altera o direito eleitoral brasileiro”
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Márlon Reis |
Na legislação anterior, apenas casos em que o ato
ilícito pudesse influenciar no resultado das eleições eram julgados.
“Isso tornava praticamente impossível a aplicação das medidas, porque se
houvesse uma diferença muito grande de votos entre o primeiro e o segundo
colocado, eles deixavam de aplicar a medida, mesmo reconhecendo que houve o
abuso, por dizer que não foi aquele abuso que alterou a realidade eleitoral”,
diz.
No entanto, para o juiz. a Lei da Ficha Limpa não
tem sido tratada adequadamente nem pela imprensa nem pelos estudiosos. “Há
aspectos que não têm sido devidamente lembrados ou mencionados e que são muito
importantes. As pessoas costumam ver a Ficha Limpa apenas por conta da
inelegibilidade dos condenados, mas na verdade a Lei da Ficha Limpa muda muito
o Direito Eleitoral”, explica, e ressalta pontos como a mudança de prioridade
para processos que tratem de corrupção eleitoral. A Ficha Limpa determina que
todos os processos sobre o tema sejam prioritários na justiça eleitoral para
além do período eleitoral. Na legislação antiga, a prioridade era garantida
apenas no tempo de eleições.
Para Márlon Reis, as conseqüências da aplicação
da Lei da Ficha Limpa nas eleições municipais deste ano serão percebidas no
médio e longo prazos. “Os políticos vão começar a se preocupar mais com seus
atos. Por exemplo, a rejeição de contas vai tirar a pessoa por oito anos da
vida pública. Então, vai ser preciso analisar com muito mais cuidado cada ato a
ser praticado”, diz.
Para o juiz, há uma expectativa de que haja uma redução
significativa no volume de recursos desviados de áreas como saúde e educação.
“A nossa expectativa é de que a lei interfira no comportamento dos mandatários
que saberão que seus atos tem consequências, e consequências graves, já que não
há nada mais importante para uma pessoa que ocupa o poder, de nele permanecer.
E a Lei da Ficha Limpa tem o mérito de atingir o bem mais desejado e mais
importante para essas pessoas que é o mandato”, diz.
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