Garçons do bar e restaurante Estrela do Mar, na avenida Litorânea, local onde foi executado o jornalista e blogueiro Décio Sá, repassaram aos policiais o número de uma das placas de uma das duas motos usadas na execução do profissional destemido. Décio, com quem conversei por volta das 21h10 de ontem estava na redação do Jornal O Estado do Maranhão, local onde também exercia a sua abraçada profissão de jornalista. Um dos melhores do Maranhão no quesito de reportagens investigativas.
Combinei com ele de nos encontrarmos em um restaurante, que é meu predileto, para um jantar regado cerveja gelada. Ele concordou e marcou para depois das 22h. Fiquei um bom tempo do lado de fora do salão climatizado devido a minha condição de fumante. Depois foram chegando alguns amigos e eu alí, esperando o Décio, meu amigo. Por volta das 23h, eu e minha mulher saímos. Mal ela ligou o carro, a notícia trágica. Era o deputado estadual Tatá Milhomem me informando que apurasse um atentado sofrido pelo Décio Sá, na Litorânea.
Imediatamente liguei para o celular dele. Chamava que caia. Então, Fábio Câmara, amigo pessoal de Décio e seu pré-candidato a vereador por São Luís, chorando ao telefone, me informava da morte do jornalista. Em seguida, quando já me deslocava para o Estrela do Mar, o vice-prefeito de Barra do Corda, Aristides Milhomem, me ligou para dizer que estava ao telefone com Décio Sá quando ouviu alguns estampidos de tiros. Chamou por Décio e nada ouviu. Enquanto eu aguardava meu amigo, ele foi ao encontro de Câmara comer aquilo que mais gostava: caranguejada no Estrela do Mar. O que seria a sua última refeição. E acabou nem sendo.
Assim que chegou ao local, foi até ao banheiro e quando voltou sentou para tomar o primeiro copo de cerveja. Não deu tempo. Um pistoleiro de aluguel entrou no bar e bem perto atirou no jornalista, sendo dois tiros na região da gargante dois na cabeça e dois.no torax, com uma pistola PT.40, de uso exclusivo da polícia. Uma crueldade.
O frio assassino, o perverso pistoleiro ainda olhou para um garçom e ameaçou: “O que você faz me olhando?”, pulando para cima da moto e se evadindo. Chegamos ao local quando havia uma viatura e poucas pessoas abismadas com o ocorrido. Depois foram chegando os amigos e uma legião de fãs e admiradores do seu blog. Mas uma certeza penetrava na mente de cada um dos indignados: é um crime de encomenda, uma execução para fazer calar a voz de um jornalista destemido. Um jovem profissional de coragem.
Isso demonstra claramente que os crimes de pistolagem e de encomendas voltaram ao nosso convívio em pleno século 21. Matam jornalistas como se fosse um coisa comum. Revoltado, deixei o local depois que o rabecão levou o corpo de Décio Sá, mas não a sua voz, sua inquietação, sua indignação, com uma indagação: quem será o próximo jornalista?
2 comentários:
Décio Sá, jornalista, 42 anos de idade, foi executado ontem à noite, quando lanchava em uma barraca da Avenida Litorânea em São Luis. Os assassinos profissionais, em uma moto, dispararam seis tiros à queima roupa; afrontando a todos que assistiam o triste episódio. Segundo relatos da imprensa o crime tem características de crime de encomenda, pois Décio denunciava a pistolagem, a corrupção, os crimes de encomenda, o tráfico de drogas e desvios de dinheiro público no maranhão. Ele era a ESPERANÇA para nós vítimas de tais crimes, pois com o seu trabalho falava por todos que não tinham espaço nem o direito a voz, usava a sua profissão para denunciar. Homem corajoso, honesto, trabalhador e defensor dos mais fracos e dos menos privilegiados. Este fato faz-me lembrar do dia 7 de janeiro de 2012, O ASSASSINATO DO MEU PAI O EX-PREFEITO DE SÃO JOSÉ DOS BASILIOS O CHICO RIOGRANDENSE. A sensação é de vazio e de perda do rumo diante de tamanha brutalidade. A quem pedir ajuda? A quem clamar por segurança? O que fazer para nos proteger? Não há respostas, e o medo prevalece… Crimes dessa maneira é uma afronta não só à imprensa. Mas à democracia e a toda a sociedade maranhense. As famílias das vítimas pedem socorro e justiça.
Ele foi so mais um da lista desse CORONEL, esperamos que tenha sido “O UM”.
Seja esse quem for, tenha o poder que tiver, sendo dono de propriedades, de uma cidade ou do proprio maranhão, este CORONEL não e dono do Brasil. Esperamos que nossas autoridades como policiais, promotores e juízes, não se deixem calar e siga o exemplo da vítima, um jornalista em busca de JUSTIÇA. Se rolar uma proprina ou uma promessa de promoção tome cuidado porque nem tudo fica escondido sempre haverá pessoas como Décio de Sá.
Não entendo a surpresa com a pistolagem, o numero de vitimas ocupa entre os cinco primeiros motivos de morte mas frequente no maranhão. Aqui o povo aprendeu como se ganha dinheiro e poder, roubando e matando gente. Não e á-toa que falam tão mal desse estado. Uma realidade do maranhão e que ainda vivemos no século XX (20), tivemos algumas coisas que evoluiram pra o século XXI(21), querem ter a certeza e so irem aos municípios e distritos.
Ser preso não e o bastante para esse CORONEL, pois o sofrimento que ele provocou na familia de Decio de Sá e de outras familias nunca se apagará. Estava mais que na hora do cerco se fechar pra você individuo, acabou metendo os pés pelas mãos você não pode mas que Deus.
A familia de Décio e amigos deixo aqui meus sinceros abraços de PAZ, sei que não e fácil pois já passei por isso, meu conselho é confie em DEUS pois se não houver justiça das autoridades ele fará por nós.
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