Nomeado há seis anos para o Tribunal de
Contas da União (TCU), o ministro Raimundo Carreiro envelheceu, sem
truque de beleza ou matemática, só quatro de lá para cá. Depois de
assumir o cargo, conseguiu na Justiça mudar sua data de nascimento de
setembro de 1946 para setembro de 1948 e, assim, esticar em dois anos a
permanência na corte, tida como o “céu” de políticos e servidores
públicos em fim de carreira.
A manobra adia a aposentadoria do
ministro, obrigatória aos 70 de idade, e lhe assegura a posse na
presidência do tribunal no biênio 2017-2018, escanteando colegas de
plenário.
Ex-secretário-geral da Mesa do Senado
por 12 anos, Carreiro foi eleito para o Tribunal de Contas da União com o
apoio de mais de 70 senadores, graças ao empenho do padrinho José
Sarney (PMDB-AP). Foi em 1995, quando este assumiu a presidência da
Casa, onde ficou até se aposentar em 2007.
Criado entre políticos em São Raimundo
das Mangabeiras (MA), Ele migrou para Brasília em 1968 e conseguiu um
dos 400 empregos da Gráfica do Senado, onde a maioria era de
apadrinhados. Em 1973, quando o senador Benedito Ferreira (GO), da
Arena, assumiu parte da administração do Senado e mandou demitir metade
dos funcionários do setor, ele deu o passo definitivo para ser
incorporado à Casa. “Esse pessoal foi para o Senado procurar seus
padrinhos. Aí, meu filho, criou-se aquele clima que você sabe:
revolução. Para não desprestigiar o senador, decidiram pegar esse
pessoal e admitir no Senado”, relata Carreiro, que foi para a área de
pessoal. Em 1976, graças a um “trem da alegria”, Carreiro e os demais
contratados pela CLT foram efetivados sem concurso público – exigência
que só veio em 1988.
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