segunda-feira, 22 de julho de 2013

MINISTRO DO TCU QUE "REJUVENESCEU" DOIS ANOS PARA EVITAR APOSENTADORIA FOI INDICADO POR SARNEY

Estadão - editado pelo Blog Marrapá
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Nomeado há seis anos para o Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Raimundo Carreiro envelheceu, sem truque de beleza ou matemática, só quatro de lá para cá. Depois de assumir o cargo, conseguiu na Justiça mudar sua data de nascimento de setembro de 1946 para setembro de 1948 e, assim, esticar em dois anos a permanência na corte, tida como o “céu” de políticos e servidores públicos em fim de carreira.

A manobra adia a aposentadoria do ministro, obrigatória aos 70 de idade, e lhe assegura a posse na presidência do tribunal no biênio 2017-2018, escanteando colegas de plenário.
Ex-secretário-geral da Mesa do Senado por 12 anos, Carreiro foi eleito para o Tribunal de Contas da União com o apoio de mais de 70 senadores, graças ao empenho do padrinho José Sarney (PMDB-AP). Foi em 1995, quando este assumiu a presidência da Casa, onde ficou até se aposentar em 2007.  

Criado entre políticos em São Raimundo das Mangabeiras (MA), Ele migrou para Brasília em 1968 e conseguiu um dos 400 empregos da Gráfica do Senado, onde a maioria era de apadrinhados. Em 1973, quando o senador Benedito Ferreira (GO), da Arena, assumiu parte da administração do Senado e mandou demitir metade dos funcionários do setor, ele deu o passo definitivo para ser incorporado à Casa. “Esse pessoal foi para o Senado procurar seus padrinhos. Aí, meu filho, criou-se aquele clima que você sabe: revolução. Para não desprestigiar o senador, decidiram pegar esse pessoal e admitir no Senado”, relata Carreiro, que foi para a área de pessoal. Em 1976, graças a um “trem da alegria”, Carreiro e os demais contratados pela CLT foram efetivados sem concurso público – exigência que só veio em 1988.

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