terça-feira, 22 de abril de 2025

TJMA RECUA DA COMPRA DE IPHONES: UMA DECISÃO QUE TALVEZ VENHA TARDE, MAS EVITA O PIOR

O episódio escancara a necessidade de mais transparência, responsabilidade e sintonia das instituições com a sociedade. 

Reunião do TJMA, foto divulgação/Ribamar Pinheiro 

A decisão do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) de revogar a compra de iPhones para desembargadores e juízes, tomada às vésperas do julgamento de uma liminar pelo CNJ, soa mais como um recuo estratégico do que um gesto espontâneo de sensatez.

A proposta, que envolvia a aquisição de celulares de alto padrão com recursos públicos, gerou imediata reação negativa da sociedade e de órgãos de controle. Em tempos de escassez de verbas para áreas essenciais como saúde, segurança e educação, a iniciativa soou como um sinal de desconexão do Judiciário com a realidade da maioria da população.


Ao cancelar a compra antes que o CNJ se manifestasse oficialmente, o TJMA tentou estancar uma crise de imagem que já se alastrava. O gesto pode ter evitado uma decisão formal constrangedora do Conselho, mas não apaga a sinalização equivocada que a proposta inicial transmitiu: a de um Judiciário distante das prioridades do povo.


O episódio escancara a necessidade de mais transparência, responsabilidade e sintonia das instituições com a sociedade. O TJMA até corrigiu o rumo — mas só depois de o barco começar a afundar na opinião pública.

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