O episódio escancara a necessidade de mais transparência, responsabilidade e sintonia das instituições com a sociedade.
Reunião do TJMA, foto divulgação/Ribamar Pinheiro
A decisão do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) de revogar a compra de iPhones para desembargadores e juízes, tomada às vésperas do julgamento de uma liminar pelo CNJ, soa mais como um recuo estratégico do que um gesto espontâneo de sensatez.
A proposta, que envolvia a aquisição de celulares de alto padrão com recursos públicos, gerou imediata reação negativa da sociedade e de órgãos de controle. Em tempos de escassez de verbas para áreas essenciais como saúde, segurança e educação, a iniciativa soou como um sinal de desconexão do Judiciário com a realidade da maioria da população.
Ao cancelar a compra antes que o CNJ se manifestasse oficialmente, o TJMA tentou estancar uma crise de imagem que já se alastrava. O gesto pode ter evitado uma decisão formal constrangedora do Conselho, mas não apaga a sinalização equivocada que a proposta inicial transmitiu: a de um Judiciário distante das prioridades do povo.
O episódio escancara a necessidade de mais transparência, responsabilidade e sintonia das instituições com a sociedade. O TJMA até corrigiu o rumo — mas só depois de o barco começar a afundar na opinião pública.
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