quarta-feira, 3 de março de 2010

Entrevista com o deputado Aldo Rebelo: “Temos que encontrar um caminho para a sucessão no Maranhão”


Deputado diz que seu partido tem orgulho em ter Flávio Dino, mas também tem um grande apreço por Roseana e José Sarney

Numa encruzilhada difícil, é como se encontra o Partido Comunista do Brasil (PC do B), tanto no Maranhão como em Brasília. Cabe aos comunistas o desafio de manter a candidatura a governador do deputado federal Flávio Dino e ao mesmo tempo se manter fiel ao projeto nacional do seu parceiro o PT, que tem como grande aliado o senador José Sarney, também considerado um “amigão” do Pc do B.

Pelo menos foi o que disse o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B - SP) a este jornalista em entrevista concedida durante almoço no restaurante Cabana do Sol na última terça-feira, 02, em Imperatriz, por ocasião da sua vista à cidade para participar de audiência pública que tratou da reforma do Código Florestal.

Aldo Elogia Flávio, mas diz que o Pc do B tem grande apreço por Sarney e até coloca o partido como devedor do velho oligarca. A entrevista do deputado comunista tem dois entendimentos, o de que é preciso pensar no projeto nacional do PT/PC do B e na amizade política que une os comunistas a Sarney/Roseana, mas também na autonomia do PC do B no Maranhão, sendo que um projeto não pode suplantar o outro...

Um fio de esperança para os que defendem a candidatura do ex-juíz federal é a palavra autonomia, pronunciada várias vezes pelo deputado Rebelo, apesar de que sabemos que no PC do B muitas vezes o famoso “centralismo democrático” fala mais alto.

Mas vejam o que disse Aldo Rebelo e tirem suas conclusões... A entrevista foi gravada e está transcrita ipse liter.

- Como fica a situação no Maranhão diante da pretensão do PC do B e outros partidos da base aliada do governo Lula em lançar Flávio Dino candidato a governador? Caso isso aconteça como fica Roseana Sarney e a exigência de Lula em ter um só palanque em cada estado?

“Eu creio que as forças políticas do Maranhão, inclusive o meu partido, com a liderança destacada e respeitada do deputado Flávio Dino, encontrarão um caminho para combinar o arranjo das forças locais com o desafio nacional que é a unidade da base do governo em torno da candidatura que vier a se consolidar, porque atualmente há duas, a da ministra Dilma Rousseff e a do deputado Ciro Gomes, mas creio que o tempo se encarregará de apontar o caminho e de resolver. O Pc do B não é o problema, é parte desse desafio.

- Qual a importância de Flávio Dino para o PC do B?

“O Pc do B tem muito orgulho de ter um líder ainda jovem, respeitado e querido como o deputado Flávio Dino. O Pc do B também tem um grande apreço pela governadora Roseana Sarney e pelo presidente Sarney".

- Por que o PC do B tem tanto apreço por Sarney?

"Nós obtivemos a nossa legalidade como Partido graças ao empenho pessoal do presidente Sarney. Então a nossa responsabilidade é muito grande nisso”.

- A direção nacional do partido vai impor de cima para baixo o apoio a Roseana?

“Nós respeitamos a autonomia do partido nos estados... E... vamos aguardar para que a solução consiga acomodar todos os interesses nessa disputa”.

- É verdade que a direção nacional do PT já pediu que fosse retirada a pré-candidatura do deputado Flávio Dino?

“Eu não tenho conhecimento disso, pois aqui no Maranhão o deputado Flávio Dino é quem conduz essas negociações com a direção do partido. Nós respeitamos... E... eu não tenho conhecimento qual é a decisão ou a posição do PT em relação a sucessão estadual no Maranhão".

- Então nesse caso o PC do B deve ter candidato, pois suas lideranças rejeitam a coligação com Roseana...Como fica então Dilma, com dois palanques no Maranhão?

“O que eu sei é que nós temos que encontrar um caminho para a sucessão no Maranhão e encontrar um caminho para a sucessão no plano nacional. Nós não podemos em nome de um projeto abrir mão de outro, são projetos que tem importância e autonomia, tanto o do Estado como a do país”.

17 comentários:

Anônimo disse...

Esse PC do B sempre foi assim, ambíguo. Por isso é que eu vou mesmo com o velhinho.É uma questão de Justiça, o povo do Maranhão dar o troco para Roseana e devolver o mandato tomado de Jackson Lago. (Vera Lúcia, Carolina/MA)

Anônimo disse...

A posição do Aldo ficou igualzinho aquela música: "Eu gosto de Juazeiro, mas adoro Petrolina". Abram os olhos companheiros do PCdoB, Lula vai engolir o partido de vocês e depois a história vai cobrar muito caro por esse erro. Luís Vila Nova.

Anônimo disse...

Desculpem o analfabetismo, mas o que é mesmo esse tal de centralismo democrático?

jobabe moura disse...

é josé agora o gato e o rato ja comem no mesmo prato,olha ai!!!!

Luluzinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nos partidos comunistas leninistas , chama-se centralismo democrático a um sistema de organização interno no qual, diante de uma determinada questão programática, as bases do partido tem direito à discussão livre da mesma questão, eventualmente podendo até mesmo constituir facções.
O direito ao dissenso, entretanto, exige a organização de teses escritas, para pautar uma discussão interna. O grupo em discordância defende suas posições e, em seguida, há a votação das questões debatidas.
Determinadas teses tendo em vista questões sensíveis e a eleições para órgãos de direção partidária, passam por este processo deliberativo até o momento em que se chegue a uma decisão ou á escolha de uma direção, ou ambos.
Resolvida a contenda, normalmente por voto majoritário, todos os militantes do partido encontram-se a defender e implementar as posições e teses adotadas, independente da posição defendida pelo filiado.
No Partido Comunista da União Soviética, o direito de facção foi abolido em 1920, mas adotado de novo por determinados grupos trotskistas.
Quando o partido precisa tomar uma decisão, deve reunir os seus membros, promover um debate livre, amplo, profundo, que permita o exame exaustivo da questão, para, finalmente, como coroamento do processo de discussão, colocar em votação as diversas posições em disputa. Uma vez consolidada uma maioria, a minoria a ela deve se subordinar. Esse é o momento do centralismo. Daí a fórmula leninista do centralismo democrático.
Historicamente, o centralismo democrático tendeu para o centralismo burocrático. Essa tendência degenerou na concepção stalinista de partido. Houve o deslocamento do centro da discussão política das organizações de base para as direções. E chegou-se ao cúmulo do Secretário Geral decidir sem contestação. Conseqüentemente, a escolha das direções passou a ser operada por cooptação. Nesse formato, é a direção que legitima as bases e estabelece o controle sobre elas, invertendo a dinâmica democrática. Desse modo, a vontade da organização se forja de cima para baixo, autoritariamente...
Quanto a essa polêmica contada ai no post, esclareço que sou eleitor convicto de Jackson, Flávio só levará o meu voto caso o pedetista não saia candidato ou se o Flávio estiver no segundo turno contra Roseana, mas eu sinceramente torço para que ele seja candidato, é um direito dele e a direção nacional do PC do B não deve cometer esse crime de impedir esse direito.

WILSONLEITE disse...

Gosto de ser direto, e pra mim meia palavra basta.
Pra um bom entendedor o que o sr. Aldo Rebelo falou na audiência pública sobre a reforma do Código Florestal e com relação à sucessão do Maranhão isso já basta. Suas declarações deixam claro de que lado ele está, sempre do lado de quem está no poder, mais um exemplo disso é a gratidão que ele tem ao “Honorável Bandido” - José Sir Ney -, que para ter mais um partido satélite para controlar foi o defensor de sua legalização.
Com relação a Flávio Dino é nojenta a forma com que ele se diz comunista, para ser comunista não basta ter na sigla do partido o "C" muito menos vestir vermelho. Em entrevista num jornal do estado ele diz contar com os agropecuaristas para mudar o estado de miséria que nos encontramos, não tenho essa ilusão de agronegocio e latifúndio trouxesse riqueza a um povo, mas daí um que se diz comunista acreditar nisso é o cúmulo da revolução.
Flávio Dino como muitos políticos profissionais tem um objetivo pessoal – um dos políticos que vimos concretizar seu projeto foi MADEIRA em Imperatriz – e para alcançar seus objetivo vende até a mãe, porque não adiar de um sonho?
Os meses estão se passando, definido mesmo é que Roseana terá o apoio de Lula e do PT, com o discurso de que é um mal necessário para alcançar um projeto nacional, viva a política burguesa!

Émile Cristine disse...

Na história política de nosso estado e do Brasil sabemos que os Sarney tiveram e ainda têm uma forte presença. Não é por acaso tamanho apreço e respeito. Com todas as críticas Roseana ainda representa o melhor governo que já tivemos.

MARCO AURÉLIO GONZAGA SANTOS disse...

Caro amigo Josué Moura,

A sucessão no Maranhão tem duas linhas complexas. A primeira é de natureza partidária e a segunda de natureza eleitoral. Pela primeira apenas o PSDB teria as melhores condições partidária de assumir o comando de construção de uma candidatura. Ao lado do PPS é o único partido que Lula (e por consequência, Sarney) não tem alguma margem de controle político ou de outra natureza. Por essa lógica, se o PSDB fosse um partido com clareza já estaria a frente do processo de construção de uma candidatura ao governdo do EStado, pois é o único partido que não tem nenhuma espécie de amarras do espectro lulo-sarneismo. Registre-se que as Prefeituras de Imperatriz e São Luís são tucanas, o que, em tese, aumentaria a legitimação do PSDB para assumir a direção do processo de construção de uma candidatura contra o sarneismo no Maranhão. Com a palavra os prefeitos João Castelo, Madeira, o deputado federal Roberto Rocha e outros tucanos de menor plumagem.
Qual é o outro problema eleitoral? Nome tucano capaz de se apresentar-se como novidade viável para o eleitorado maranhense ávido por carne nova. O nome atual capaz de preencher essa condição é meu amigo e companheiro de PCdoB Flávio Dino. O problema é que no âmbito federal o PCdoB sustenta o governo do Presidente Lula e, por isso, alguma sombra de influência contra a candidatura de Flávio tem vindo à tona segundo os bastidores políticos. Ou seja, o nome capaz de se viabilizar eleitoralmente tem um problema partidário,inclusive nas desejadas alianças com o PT maranhense, sob o comando do homem de bigode. O PSDB é livre partidariamente, mas até agora não deu sinais de tem nome para montar uma candidatura viável ao governo do Estado do Maranhão. Resumo da ópera: a eleição somente ganha as eleições se for capaz de juntar as duas questões ora em análise: partidárias e eleitorais.
O leitor deve perguntar: e o Jackson do PDT? aí são outros quinhentos e fica para a próxima.
Marco Aurélio Gonzaga Santos, advogado e professor da Universidade Federal do Maranhão, em Imperatriz

Anônimo disse...

Eu queria muito ver aqui a opinião dos comunistas de Imperatriz. Ou será que vão ficar acovardados?
Alô Kleyton Noleto!

Anônimo disse...

Emprestar ao Sarney a importância que o entrevistador deu é forçar muito a barra. Aliás, justificativas não faltam depois que o Lula ungiu o Coronel Ribamar por se tornar seu amigão do peito e, entre os petistas é assim, ou seja, se o Lula diz que certas pessoas, mesmo execradas por ele próprio no passado se tornaram seu amigo pessoal, o resto tem que obedecer e ponto-final. Essa característica de governo não é a que favorece o desenvolvimento social e econômico e nós sabemos muito bem disso num passado recente.

Por outro lado, o Maranhão experimentou um avanço impar com a ruptura com o Coronel Ribamar e sua oligarquia dos compadres e das comadres. Esse termo conciliatório aí proposto subliminarmente pelo entrevistado não é o caminho correto e todos sabem disso na pele, pois tudo foi tentando até a completa ruptura que aconteceu meio por acaso a partir do ex-governador Reinaldo. E reparem que o entrevistado também faz da usurpação do governo do Estado tábua rasa, como se nunca tivesse existido.

Chega de golpes, casuísmo e dessa gente que se alinha com quem não tem conserto.

Josué Moura disse...

caro anônimo(a), você escreveu: "Emprestar ao Sarney a importância que o ENTREVISTADOR deu é forçar muito a barra".
Nesse caso você quis dizer que EU (o entrevistador) ao fazer a entrevista emprestei uma impóratncia ao Sarney, portanto forçando a barra? Ou o senhor quis acusar, como no restante do comentário, o ENTREVISTADO? Porque se o senhor quis se referir a mim, acho que errou, eu não forçei barra nenhuma, apenas perguntei a uma liderança nacional do PC do B sobre algo que inquieta a política do Maranhão, nesse momento em fase de arrumação para a eleição desse ano... se não foi, mas sim ao ENTREVISTADO, gostaria que explicasse. Finalmente, achei o seu comentário interessante, só não entendo por que o anonimato.

PINHEIROFOTO disse...

Rabelo deicha transparecer que o partido deve mesmo seguir junto em 2010 com Roseana, assim como aconteceu nas duas eleições passadas que Roseana venceu,acredito que não so o Pc do B,mas o PT tambem ira se junta a Roseana, o candidato a vice de Flavio Dino pra prefeito de São Luis em 2008 afirmou que o momento politico atual é totalmente deferente de 2008.

Josué Moura disse...

Grande Pínheiro!Sempre no front, na defesa dos sarneys. Mas quem seria mesmo esse vice do Flávio Dino?

Anônimo disse...

roseana saney deve cotinua nu comando do marahao ela emulher de fibra e coragem

Anônimo disse...

Caro Josué,
Marcos Robério disse...
Visitei se blog e achei muito legal. Quanto a candidatura de Flávio Dino, estou torcendo para que ele seja o futuro governador de nosso Estado. Sem mais para o momento, finalizo agradecendo por me manter informado.
Atenciosamente,
Marcos Robério - Dom Pedro(MA)

Anônimo disse...

Caro Josué Moura, sei do seu apreço e admiração pelo jackson. Tambem concordo que a familia sarney deu uma grande forçada de barra para voltar ao poder, motivo da sua revolta, ou aliás da nossa, pois tambem não concordei com a maneira como foi feita as armações nos tribunais, mas acho que agora é o momento tambem de passar a limpo não só a maneira com roseana voltou mas também analisarmos a maneira como Jackson conduziu os seus 2 anos de governo. Vejamos: A região tocantina foi muito beneficiada, talvez até e tenho certeza que sim pelo grande lider que tem, que é o Madeira, mas e a baixada maranhense? que vem agonizando a anos! Que no primeiro turno ensaio com a Roseana mas no segundo turno acreditou que jackson era realmente a reencarnação da princesa Isabel. Que através de ações austerias de governo daria a carta de alforria para quase 2 milhões de pobres miseraveis que vivem sobre as ordens dos politicos apadrinhados da oligarquia. Meu querido Josué, esta carta de alforria, sairia das mãos do governo em forma de estradas pavimentadas para ligar a região ao maranhão mais desenvolvido, através de investimento na agricultura pois estas terras são propicias, atraves de investimento na educação, pois esta é a região do maranhão com o maior indice de analfabetiso, chegando a quase 80%, e outras ações que ajudariam a mudar a vida desse povo sofrido. Sei que você pode me responder dizendo: que não seria em 2 anos que Jackson iria mudar a miseria patrocinada pela oligarquia na baixada, eu concordaria com você pois são 40 anos contra 2, mas o pouco tempo seria suficiente para o Jackson ter feito algo para daí dar inicio ao novo ciclo na nossa baixada. Encerrando quero deixar claro que sou tucano, infelizmente de pequena plumagem como disse Marco Aurélio, mas queria ver Madeira, Castelo, Roberto mostrar as plumas e lançar o ¨novo ¨ para fazer a diferença . . . mas assim não acontecendo, para meu calvário votarei Jackson.