terça-feira, 30 de março de 2010

Mapa da violência: Imperatriz está em 26º lugar na evolução de homicídios de jovens de 15 a 29 anos


Caros leitores, o momento é de muitas matérias negativas. Sei, eu mesmo tenho defendido que está na hora de mudarmos a pauta, mas não é fácil, pois  não podemos jogar para debaixo do tapete as informações,  não podemos esconder, nem tampouco desconhecer que a violência está em nosso meio e qualquer um de nós pode ser  vítima dela. Ninguém está imune a violência.

Portanto conhecer os números dessa mazela é importante para nos defender-mos e combatermos esse mal que atinge as civilizações. Para quem governa, também é importante conhecer os números da violência saber onde e como deve realizar as políticas públicas. Pensando assim trancrevo para estas páginas as mais novas estatísticas sobre a violência no Brasil, estudo recente, conhecido como o Mapa da Violência. Quem quiser conferir, depois de ler a matéria a seguir acesse:
 http://www.mapadaviolencia.org.br/ .

Uma triste constatação: Nossa querida Imperatriz está em 26º lugar entre as cidades na evolução dos Homicídios Jovens (15 a 29 anos) nos Municípios. No ranking das cidades mais violentas Imperatriz ficou no 41º lugar .

Violência em 10 anos migra das capitais para o interior do Brasil, diz estudo

Tatiana Farah, de O Globo - Publicada em 30/03/2010 às 12h28m

SÃO PAULO - A violência migra das capitais para o interior do país. Segundo o Mapa da Violência 2010 - A Anatomia dos Homicídios no Brasil, caiu o número de assassinatos nas capitais e regiões metropolitanas na última década. Enquanto estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais forçaram as taxas para baixo, pequenas cidades do interior alimentam o que o pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo, chama de espiral da violência, crescendo 37,1% de 1997 a 2007.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------
" A história da violência no Brasil é a história do assassinato dessa juventude "
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

O estudo foi feito de acordo com os registros de morte por agressão do Datasus, do Ministério da Saúde, e considerou 5.600 municípios do país. Nas capitais, essa taxa caiu 19,8% e nas regiões metropolitanas ainda mais, 25%. De acordo com a pesquisa de Waiselfisz, no interior o índice de morte por 100 mil habitantes cresceu de 3,5% para 18,5%. Nesses municípios mais violentos estão os novos pólos de crescimento, as cidades litorâneas vítimas de turismo predatório, as cidades do arco do desmatamento e os de violência tradicionais.

O Mapa revela ainda que os negros são as maiores vítimas da violência no país. Para cada branco assassinado em 2007 foram mortos 2 negros.

- Não significa apenas que o número de negros mortos subiu. Foi o de brancos mortos que diminuiu muito - destaca o pesquisador, para quem a privatização da segurança tem contribuído para essa diferença.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------
" Não significa apenas que o número de negros mortos subiu. Foi o de brancos mortos que diminuiu muito "
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Entre 2002 e 2007, o número de pessoas brancas vítimas de homicídio caiu de 18.852 para 14.308, uma queda de 20,1%. O de negros, no entanto, aumentou de 26.915 para 30.193, um crescimento de 12,2%. Se em 2002 morriam 46% mais negros que brancos, em 2007 essa diferença foi para 108%.

A pesquisa do Mapa da Violência confirma que as vítimas de homicídios no Brasil são em maioria os jovens, com idades entre 14 e 24 anos. De acordo com o pesquisador, o perfil dessas vítimas em maioria é o mesmo que o de seus agressores.

Confira as cidades mais violentas do país

As cidades mais violentas do país são Juruena (MT), com 139 homicídios por 100 mil habitantes; Nova Tebas (PR), com 132; Tailândia (PA), com 128,4; Guaíra (PR), com 106,6; Coronel Sapucaia (MS), com 103,6 homicídios para cada 100 mil habitantes. Coronel Sapucaia, por exemplo, é uma cidade de recentes conflitos entre índios e fazendeiros.

Em seguida vem Viana (ES), recentemente citada na Organização das Nações Unidas (ONU) por conta da violência e das péssimas condições que os presos enfrentam na Casa de Custódia, com 99 mortes por 100 mil.

A primeira capital no ranking da violência é Maceió, que aparece em 8º lugar, com 97,4 mortes por 100 mil habitantes. Em seguida vem Recife, em 19º lugar, com 87,5, seguida de Vitória, que ocupa a 34ª posição, com 75,4 homicídios por 100 mil habitantes.

Rio, São Paulo e Minas puxam queda de homicídios

De acordo com o pesquisador, os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais forçaram a queda dos homicídios por desenvolverem políticas mais eficientes de segurança pública. No ranking dos estados, São Paulo em 1997 tinha o quarto lugar, e hoje caiu para 25º, registrando 17,1 mortes por 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro era o estado mais violento do país e caiu para 4º lugar, com uma taxa de 52,2 mortos por 100 mil habitantes. Já Alagoas, que em 97 estava no 14º lugar, hoje é o estado com maior índice de violência, registrando 59,6 mortes por 100 mil habitantes.

---------------------------------------------------------------------------------
Evolução dos Homicídios Jovens (15 a 29 anos) nos Municípios

Dadas as possíveis oscilações devidas a fatos esporádicos em municípios de menor porte, optou- se por incluir no cômputo só municípios com mais de 3.000 jovens na faixa de 15 a 29 anos de idade. O total de municípios nessa situação, em 2007, foi de 3.464.

Para o ordenamento, empregou-se a técnica da média móvel. Para Municípios com mais de 50 mil jovens, em 2007, foram utilizados os dados de homicídios do último ano disponível, isto é, de 2007. Para Municípios de 10 até 50 mil jovens, utilizou-se a média de homicídios dos últimos três anos – em nosso caso, de 2005, 2006 e 2007; para municípios com menos de 10 mil habitantes, a média dos cinco últimos anos (de 2003 a 2007).

O número de anos utilizados para calcular as taxas pode ser encontrado na coluna Média/Anos. Como existem 5.564 municípios no país, seria materialmente impossível incluir a totalidade nesta edição. Por esse motivo, na publicação, foram incluídos os 300 municípios com maiores índices do país. Mas, para os interessados, as planilhas em Excel contendo a totalidade dos Municípios encontram-se disponibilizadas no site da instituição28.

Fonte: SIM/SVS/MS

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Em dez anos, país registra 512,2 mil assassinatos

Demétrio Weber - O GloboAgência Brasil
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Os dados do Mapa da Violência 2010 - Anatomia dos Homicídios no Brasil, divulgado nesta terça-feira, mostra que, de 1997 a 2007, o Brasil registrou 512.216 assassinatos. Só em 2007, foram 47.707 vítimas, nada menos do que 130,7 por dia. Em 2007, a taxa de homicídios no país era de 25,2 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, a mais baixa dos onze anos no período estudado. Ainda assim, apenas dois décimos menor do que a de 1997 (25,4). Ou seja, uma década depois, o país retomou o patamar de 1997. O estudo é baseado nos atestados de óbito do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

A queda foi maior nas capitais do país, onde as ocorrências passaram de 45,7 homicídios a cada 100 mil habitantes em 1997 para 36,6 em 2007. Porém, no interior os números são bem diferentes. A taxa de homicídios no interior do país cresceu de 13,5 (a cada 100 mil) em 1997 para 18,5 em 2007. De acordo com o estudo, os dados indicam o fenômeno da "interiorização da violência", que começou na virada do século, e consiste no deslocamento dos pólos dinâmicos da violência das capitais e regiões metropolitanas para o interior.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------
" Estamos num momento de equilíbrio instável. Nos últimos anos, as taxas vão baixando, mas não há uma tendência clara "
------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Uma análise ano a ano mostra que as estatísticas poderiam ser piores. De 1997 a 2003, a taxa de homicídios no país cresceu na faixa de 5% ao ano, atingindo o pico de 28,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2003 - com 51.054 mortos. Depois disso, o índice caiu em 2004 (27) e 2005 (25,8), voltou a subir em 2006 (26,3) e alcançou seu menor patamar em 2007.

O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do mapa, diz que a queda em 2004 e em 2005 pode ser atribuída à campanha do desarmamento. Ele aposta que o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), do Ministério da Justiça, dará bons resultados. Mas observa que o programa foi lançado ao longo de 2007, de modo que sua eventual contribuição dificilmente seria captada no estudo.

- Estamos num momento de equilíbrio instável. Nos últimos anos, as taxas vão baixando, mas não há uma tendência clara. São políticas estaduais, com apoio federal, que estão incidindo nos dados da realidade. O que acontece em São Paulo, Rio e Minas, estados com peso demográfico enorme, influencia a média nacional - diz Julio Jacobo.

Comparando-se os dois extremos do período analisado, a taxa de homicídios do país oscilou negativamente (- 0,7%), entre 1997 e 2007. O número absoluto de assassinatos, porém, aumentou de 40.507 para 47.707, um acréscimo de 17,8%. Essa elevação ficou abaixo do crescimento populacional de 18,6% no período. A taxa leva em conta o tamanho da população e, por isso, caiu.

Violência cresce entre jovens

Além disso, o estudo mostrou que, desde 1980, a violência continua crescendo entre os jovens brasileiros. Se a cada 100 mil jovens (entre 15 e 24 anos) 30 deles morriam por homicídio em 1980, o número saltou para 50,1 em 2007.

"Assim, pode-se afirmar que a história recente da violência que resulta em homicídio no Brasil é a história do crescimento dessa violência entre jovens. Uma não terá solução sem a outra", afirma Waiselfisz no estudo.

De acordo com o Mapa da Violência, em mais de 90% desses casos de homicídio as vítimas eram homens e os mais atingidos no período foram os negros: se em 2002 morriam 46% mais negros do que brancos, em 2007 a proporção cresceu para 108%.


2 comentários:

Valdecy Alves disse...

Olá!

Recentemente o Instituto Sangari publicou estudo sobre a violência nos últimos 10 anos no Brasil. Dados alarmantes, que demonstram que a violência que nos assusta no local onde moramos é um fenômeno nacional. O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ALGUMAS REFLEXÕES? QUAL O PAPEL DE TODOS? Leia! Divulgue e deixe seu comentário:
www.valdecyalves.blogspot.com
Veja um vídeo do qual participei comentando sobre a violência na mídia:
http://www.youtube.com/watch?v=ljsdz4zDqmE
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS! Não deixe de seguir o meu blog e assinar o feed.

Francisco Taylon disse...

Blog excelente, convido você a visitar o meu:

http://www.blogdotaylon.blogspot.com/