Inicialmente meio tumultuada, mas depois transcorrendo de maneira tranqüila, aconteceu durante toda a manhã e parte da tarde desta terça-feira, 02, a audiência pública da Câmara dos deputados, em Imperatriz para tratar sobre a reforma do Código Florestal.
As galerias e o plenário da Câmara municipal ficaram lotados, em sua maioria pelos ruralistas ou representantes do agronegócio, que durante os últimos dias se mobilizaram para participar do evento.
O mesmo não aconteceu com os ambientalistas e lideranças dos chamados movimentos sociais, que ficaram reduzidos a cerca de 50 pessoas encantonadas no final do lado direito das galerias. Inicialmente gritaram palavras de ordem, vaiaram os adversários, mas depois foram se dando por vencidos e ao final já não se ouvia sequer o balançar das poucas bandeiras verdes, confeccionadas para o evento.
A composição da mesa e as inscrições para os representantes dos dois lados não foi nada democrático. Quase 8 defensores do agronegócio e apenas dois pelo lado dos ambientalistas, isso contando com o deputado Valdinar Barros que fez um discurso pela manutenção do Maranhão dentro do zoneamento da Amazônia legal e pela defesa da Agricultura Familiar.
Mesmo assim a situação ficou mais equilibrada ao ser liberado o microfone para a participação das galerias, quando cerca de 30 pessoas se pronunciaram. Também teve uma boa participação a destemida Conceição Amorim, que entregou à comissão - depois de um contundente discurso - um documento assinado por mais de 40 entidades.
"Há os que fumam, há os que cheiram..."
Um momento de riso geral aconteceu durante a fala de Conceição Amorim, quando ela ao finalizar fez um protesto contra o que considerou "uma falta de respeito" um adesivo que circula nos carros dos ruralistas afirmando que "Ambientalista não planta o que fuma" e aproveitou para um contra-ataque: "Quero no entanto dizer que não plantamos o que fumamos, mas os filhos da burguesia rural também não plantam o que cheiram..." Foi um momento de descontração geral.
Ambientalistas e ruralistas juntos vaiam Roseana
Mesmo ausente na audiência, mas muito bem representada pelos secretários Gastão Vieira e Waschington Rio Branco, a governadora Roseana ao ter simplesmente seu nome citado por Gastão Vieira, recebeu uma sonora vaia. Foi esse o único momento em que os ruralistas, os militantes dos movimentos sociais e ambientalistas estiveram do mesmo lado. Vale lembrar que é a segunda vez que a simples menção do nome da governadora em Imperatriz é motivo para vaias. A vez anterior foi na abertura do carnaval, quando o secretário extraordinário do Sul do Maranhão, Adhemar Freitas, foi fazer agradecimentos "ao apoio de Roseana ao carnaval de Imperatriz".
Finalizando, digo que deu para sentir que o novo Código Florestal ficará ao gosto dos ruralistas e defensores do agronegócio. A começar pelo relator, Aldo Rebelo, o tom é de conciliação, mas totalmente favorável aos chamados "produtores".
Como defensor do desmatamento zero, só me resta esperar que "nem tanto o céu nem tanto o mar". Que ao pender para atender os reclamos dos ruralistas, os que aprovarão o novo código não sejam tão benevolentes com os desmatadores e lembrem-se que se a gente não barrar a devastação o mundo vai esquentar e ai não haverá mais nada para plantar. E o que vamos colher é o Apocalipse...Que Deus tenha piedade de nós!
5 comentários:
Excelente Post. Parabens !!!
MarceloLira
Pois é, o engraçado é que no Japão se cultiva em áreas pequenas e na Europa gado é criado preso, mas aqui o roceiro ainda faz queimada para plantar sua roça e o fazendeiro precisas de imensas áreas para fazer pasto. Tá na cara, o problema é falta de ciência, tecnologia. Concordo com o senhor, não podemos mais ficar desmatando. Desmatamento zero já!
errou feio la nao tinha nem dez dos chamados ambientalistas.
Senhor ou senhora anônimo, eu não disse que lá haviam 50 ambientalistas, disse que:"As galerias e o plenário da Câmara municipal ficaram lotados, em sua maioria pelos ruralistas ou representantes do agronegócio, que durante os últimos dias se mobilizaram para participar do evento.
O mesmo não aconteceu com os ambientalistas e lideranças dos chamados movimentos sociais, que ficaram reduzidos a cerca de 50 pessoas encantonadas no final do lado direito das galerias". Preste mais atenção ao fazer seu comentário eda próxima vez se identifique, já que pelo que vejo pretende contestar os que os outros dizem...
Vale lembrar a conduta anti-democratica que conduziu o chamamento dessa dita audiencia. vale lembrar caro Josué que o povo ta tentando puxar uma nova audiencia, com a bancada que apoia o meio-ambiente. Liderados pelos Dep Federal Ivan Valente. Ai sim, sabendo a tempo que vai acontecer fica mais facil o povo se organizar
Postar um comentário