quarta-feira, 26 de junho de 2013

NA PRESSÃO: RUA FAZ CONGRESSO ENTERRAR PEC 37 E APROVAR ROYALTIES PARA EDUCAÇÃO E SAÚDE

 
 
Com as galerias tomadas de promotores e procuradores, a Câmara derrubou por 430 votos a 9 - e duas abstenções - a proposta de emenda constitucional que reduzia o poder de investigação criminal do Ministério Público (a PEC 37). A votação, e em especial o placar, foi uma clara resposta à pressão das ruas ao Congresso. A PEC 37 era uma das matérias em tramitação mais atacadas pelas recentes manifestações nas ruas do País. Já na madrugada desta quarta-feira, 26, os deputados também aprovaram projeto vinculando recursos da exploração do petróleo (royalties) às áreas de educação e saúde. Melhorias nesses setores também estiveram entre as reivindicações de manifestantes.
 
O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chegou a anunciar que a votação ocorreria no dia 3 de julho, mas foi antecipada para atender ao “clamor das ruas”. Com a pauta do dia cheia de projetos, Alves recorreu a uma manobra regimental para garantir que a PEC 37 fosse apreciada - e derrubada - ainda nessa terça. Ao final da sessão ordinária que debatia o projeto que destina os royalties do petróleo para a educação, Henrique Alves interrompeu a discussão e convocou uma sessão extraordinária para discutir exclusivamente a PEC 37. Assim ele evitou o risco de a votação dos royalties avançar madrugada adentro e a PEC 37 fosse prejudicada por falta de quórum.

Para tentar um acordo no texto da PEC 37, foi constituído um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, com a participação de deputados, delegados e procuradores. Mas não houve consenso. Ao começar a sessão sobre a PEC, Alves disse que a Casa trabalhou por um acordo entre as duas corporações - polícia e Ministério Público. “O povo brasileiro, que quer cada vez mais o combate à corrupção e à impunidade, gostaria de ver o MP e os delegados unidos”, declarou. “Demos um prazo até ontem (segunda-feira) para que na noite de hoje não tivesse nem vencedores nem vencidos.” 

Pressão. Parlamentares admitiram que a pressão popular foi fundamental para derrubar a PEC. “Isso não aconteceria sem as ruas”, avaliou Walter Feldman (PSDB-SP), para quem, sem a voz das ruas, ao menos 70% dos deputados apoiariam o projeto. 

A aprovação tornou-se possível graças a um acordo entre os partidos para votar, mais adiante, projetos que regulamentam os procedimentos de investigação do MP. “(O presidente Henrique Alves), escutando as ruas, resolveu trazer a pauta à votação mesmo sabendo que o processo não vai se encerrar”, disse o líder peemedebista Eduardo Cunha (RJ). 

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