“Quem doa à Igreja e rouba o
Estado é um falso cristão porque leva vida dupla”, afirmou o
papa Francisco na tradicional missa matutina na
Casa Santa Marta, no Vaticano.
O papa Francisco está sob a mira
da máfia Calabresa, a 'Ndrangheta, por causa de sua recente cruzada contra a
corrupção no Vaticano. O alerta foi dado pelo juiz
Nicola Gratteri, em entrevista ao jornal italiano Il Fatto Quotidiano.
Segundo o magistrado, conhecido
por combater a máfia na região da Calábria, a tentativa de Francisco de trazer
mais transparência para o Vaticano deixou os mafiosos que fazem negócios com
religiosos corruptos mais "nervosos e agitados".
"O papa Francisco está
desmantelando os centros do poder econômico do Vaticano. Os chefões da máfia
não hesitariam em tentar qualquer coisa contra ele", afirmou. "Não
sei se o crime organizado está preparado para fazer algo, mas certamente está
pensando a respeito. Eles podem ser muito perigosos."
Francisco promoveu uma reforma no
Banco do Vaticano depois que a instituição foi alvo de investigações por
lavagem de dinheiro.
"A máfia que investe, que
lava dinheiro, é a que tem o real poder. É essa que ficou rica com a conivência
de anos da igreja", disse Gratteri. "São essas pessoas que
ficaram nervosas."
O juiz atacou padres e bispos do
sul da Itália que, segundo ele, legitimam a ação de mafiosos.
"Os padres locais
costumam visitar as casas dos chefes da máfia para tomar um cafezinho. Isso dá
força e poder popular para o crime", afirmou.
Em 26 anos de trabalho, Gratteri
contou nunca ter entrado na casa de um mafioso que não tenha uma imagem
religiosa. Segundo uma pesquisa, 88% dos mafiosos presos na Itália se dizem
religiosos.
“ Os ritos de afiliação na máfia
evocam a religião. A Igreja e a Nadrangheta caminham lado a lado",
disse.
“Antes de matar, o mafioso reza.
Ele pede proteção para Nossa Senhora”.
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