Aos gritos de “ intervenção já” e “ oh
Roseana, tu não me engana, a juventude já conhece a tua fama” , os
manifestantes saíram da Biblioteca Pública Benedito Leite, no centro da
cidade, e se dirigiu até o Palácio dos Leões, sede do governo, que desde
o início o início da semana já estava cercado por grades de proteção.
Diegon
Viana, 23 anos, estudante de Ciências Imobiliárias, um dos integrantes
do Acorda Maranhão, grupo que nasceu nas redes sociais e convocou a
manifestação, disse que a intervenção do governo federal no estado não
deveria se limitar somente à segurança pública, mas a todo o governo.
-
Todo o sistema público está falido. Pedrinhas é só uma gota d´água no
caos do serviço público, onde não temos nem saúde e nem educação, onde
rolam as cabeças da nossa juventude – lamentou.
Durante a passagem
pela Rua Grande, principal artéria de comércio popular de São Luís,
centenas de pessoas bateram palmas para os manifestantes e também
exigiram melhorias na segurança pública. Somente em 2013, novecentas
pessoas foram assassinadas na capital maranhense. Em Pedrinhas 60
detentos foram mortos, alguns decaptados com registro em vídeo que foi
divulgado nas redes sociais.
O comerciante Aldecir da Cunha Mascarenhas foi para a porta do seu comércio manifestar o seu apoio.
- A população está entregue às mãos de Deus. Você não vê um policial nas ruas, e o que não falta é bandido – disse.
Aprovados
no concurso para polícia civil em 2012, que não quiseram se identificar
por medo de represálias, também participaram do protesto exigindo suas
nomeações pelo governo.
- Somos 200 recém formados e devidamente treinados, mas a governadora não quer nos nomear – disseram.
Os
manifestantes também fizeram uma homenagem a menina Ana Clara, de seis
anos, morta queimada depois de incêndio em um ônibus da capital, e a
Márcio Nunes, que ainda tentou salvá-la e teve 72% do corpo queimado e
foi transferido para a Unidade de Queimados do Hospital Geral Doutor
Alberto Rassi, em Goiânia.
A mãe de Ana Clara, Juliane Carvalho
Santos, 22 anos, também foi atingida pelas chamas e teve 40% do corpo
queimado, foi transferida para a unidade de queimados do hospital
regional Asa Norte em Brasília.
A manifestação encerrou em frente
ao Palácio dos Leões onde novas palavras de ordem foram entoadas, dentre
elas as que pediam a prisão do secretário de segurança Aluísio Mendes e
que Roseana deixasse de comer lagosta e passasse a se preocupar com a
segurança do cidadão.
- Ela quando assumiu disse que o maranhense
poderia dormir com as portas abertas. E agora o que vemos é essa
calamidade com a bandidagem comando ataques de dentro de Pedrinhas –
protestou o consultor de negócios, Sandro Lima, de 22 anos.
Além
da intervenção federal, os manifestantes incluíram nas reivindicações a
mudança da cúpula da segurança pública, a reestruturação imediata do
sistema carcerário e a expansão e reestruturação da Polícia Militar.
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