Por que o secretário Carlos Lula que sabia de tudo e era também ordenador de pagamentos não foi preso?
Calada, desde quando foi solta, após ter passado mais de uma semana presa pela Polícia Federal na operação "Pegadores", acusada de ser principal integrante de uma organização criminosa que desviou mais de 18 milhões da Saúde do Maranhão, a ex-subsecretária de estado da Saúde Rosângela Curado, rompeu ontem o silencio e concedeu uma entrevista ao Programa Notícia em Foco, da TV Band Imperatriz, Canal 04.
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Rosângela Curado, Foto durante a entrevista |
Aguardada com ansiedade no meio político, haja vista os responsáveis pelo programa e até mesmo pessoas ligadas à ex-candidata a prefeita de Imperatriz terem passado uma semana anunciando com estardalhaço, como uma verdadeira "Bomba", quando Rosângela iria romper com o governo, a entrevista foi totalmente o oposto - no linguajar jornalístico foi "água com açúcar", um "track" -, com escamoteando diante das perguntas e ao mesmo tempo se derramando de elogios ao governo e seu aliado Weverton Rocha do PDT, partido que pertence e há dias nos bastidores anunciava que iria deixar.
Mas uma coisa na entrevista chama a tenção:
Em que pese a entrevista parecer ter sido uma astuta armação para pressionar o governo, revelou uma inquietação que não é só da ex-subsecretária, mas questionada pela imprensa em geral, se o secretário da Saúde sabia ou não de tudo. Rosângela disse na entrevista que questionou aos delegados a razão de ter ficado sozinha como a responsável pelo desvio dos recursos e lembrou que o secretário Carlos Lula era seu chefe e sabia de tudo o que acontecia: por que Carlos Lula, secretário de Saúde de Flávio Dino não foi preso também? Pelo menos foi isso que Rosângela deu a entender quando disse:
"Eu dizia, me explique aqui uma coisa: por que só eu estou aqui, se a Lei 8080/90 do SUS diz que os ordenadores de despesa tem que ser pelo menos três assinaturas, por que só eu estou aqui, por que que o secretario de Saúde que também pagou os 11 milhões, por que que o secretário de finanças não está aqui, o diretor do fundo estadual de saúde não está aqui, por que que só eu estou aqui respondendo por 11 milhões que foram pagos aos médicos e 7 milhões que foram pagos aos funcionários...? E o foco era muito em cima disso", disse Rosângela.
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Rosãngela Curado, com policiais federais |
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Carlos Lula, sob o riso de aprovação de Flávio Dino. |
Um track, ao invés de uma bomba
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Clínica Integrada da Saúde |
Outra informação de bastidores repassada ontem à noite à este jornalista por uma fonte ligada ao próprio governo é que Rosângela teria até indicado um diretor de uma clínica do governo em Imperatriz a antiga AME, antes sob o controle do deputado Antonio Pereira, sócio oculto da Bem Viver. Ontem a noite em conversa no grupo "Amigos Políticos" do WhatsApp, indagada por este escriba sobre isso Rosângela respondeu: "Josué, realmente não procede essa indicação de diretoria da Ame ,estão equivocados".
Pelo sim pelo não, a entrevista não foi o que prometeram os responsáveis pelo programa e os aliados da odontóloga, o que denota que se foi para tentar fazer com que o governo mude seu tratamento para com ela, conseguiu seu objetivo e a tendencia é Rosângela ficar quieta, cuidar de sua provável candidatura a deputada estadual. Assim a casa (governo) de Flávio Dino fica quieta, com seu povo dentro, todos gozando as "delícias do poder" dos privilégios e do tráfico de influência na distribuição de recursos públicos da Saúde.
Bom, falta apenas combinar com a PF, que segue naturalmente com os inquéritos e, também, com o povo do Maranhão se vai dar ou não mais quatro anos para o governo da lambança, da corrupção e dos desmandos administrativos.
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