segunda-feira, 19 de maio de 2025

BRAIDE NA FRENTE: LIDERANÇA CONSOLIDADA OU VANTAGEM TEMPORÁRIA?

A soma dos adversários supera o percentual do líder isolado, e nomes como Orleans, com apoio  do Palácio dos Leões, podem surpreender. Além disso, a postura do governo federal e o desempenho de seus aliados locais também terão peso.

A nova pesquisa do Instituto Data M, divulgada recentemente, traz Eduardo Braide (PSD) na dianteira da corrida pelo governo do Maranhão em 2026, com 34,3% das intenções de voto. É um número expressivo, ainda mais quando somado à sua baixíssima taxa de rejeição: apenas 5,8% dos eleitores afirmam que não votariam nele de jeito nenhum.


Braide, atual prefeito de São Luís, colhe os frutos de uma gestão que, embora alvo de críticas pontuais, manteve boa avaliação popular na capital. Seu nome circula com naturalidade em conversas políticas tanto na ilha quanto no interior — o que sugere que ele tem conseguido romper, ao menos em parte, a histórica dificuldade de prefeitos da capital em ampliar seu alcance para além da região metropolitana.


O segundo colocado, Lahesio Bonfim (Novo), com 15,3%, ainda representa um nome competitivo, especialmente junto ao eleitorado conservador e antipetista, mas parece enfrentar o desafio de transformar seu recall eleitoral de 2022 em capital político real. Já figuras como Roberto Rocha (9,4%) e Felipe Camarão (8,8%) mostram que o campo oposicionista está fragmentado — o que pode acabar favorecendo ainda mais a consolidação de Braide.


Mas um dado chama atenção e merece leitura cuidadosa: o crescimento de Orleans Brandão (MDB), que aparece com 6,7% das intenções de voto. Ainda que pareça um número modesto, o desempenho ganha outra dimensão ao se considerar a força do seu possível padrinho político: o governador Carlos Brandão. Com mais de 62% de aprovação, segundo pesquisa recente, o governador pode se tornar peça-chave na sucessão estadual. Se Orleans for, de fato, o nome apoiado por Brandão, seu potencial de crescimento é real. A transferência de votos, ainda que não automática, pode ser decisiva — especialmente em um cenário em que a popularidade do governo estadual permanece em alta.


Portanto, embora Braide esteja em posição confortável, o cenário ainda está em formação. A soma dos adversários supera o percentual do líder isolado, e nomes como Orleans, sob o guarda-chuva do Palácio dos Leões, podem surpreender. Além disso, a postura do governo federal e o desempenho de seus aliados locais também terão peso.


A eleição está distante, e o jogo político é volátil. Braide tem motivos para comemorar, mas também razões de sobra para manter os pés no chão. A estrada até 2026 ainda promete muitas curvas — e novos protagonistas podem surgir ao longo do caminho.

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