terça-feira, 6 de maio de 2025

BRANDÃO RECUSA ESPECULAÇÕES SOBRE SUCESSÃO E FOCA EM OBRAS

Governador reafirma compromisso com aliados e diz que 2025 é ano de trabalho, não de sucessão.

O governador Carlos Brandão (PSB) tem adotado uma estratégia política cautelosa: fala, mas não explicita; sinaliza, mas evita nomes. Em conversa recente com jornalistas, durante almoço com o ex-presidente José Sarney, ele negou que esteja mandando recados ou antecipando o debate sobre sua sucessão em 2026. A afirmação vem na esteira de uma declaração feita em Bacabal, onde disse que não apoiará quem perseguir seus aliados — frase interpretada como aviso a possíveis dissidentes dentro da base.

“Não mandei recado para ninguém. Fiz apenas uma sinalização. Este ano é para executar as obras do governo, que são muitas. Não podemos perder o foco do que foi planejado”, disse. A fala ecoa uma lógica de preservação: não abrir o tabuleiro político cedo demais, evitando fissuras dentro do grupo governista em meio a um cenário nacional ainda instável e polarizado.

Brandão reforçou que 2026 ainda está distante para qualquer definição sobre nomes ou alianças. “Não tenho nome porque ainda não discuti a respeito. O que disse em Bacabal vou repetir: não vamos apoiar candidato que não esteja alinhado com o nosso grupo político”, reiterou, deixando claro que o critério básico para eventual apoio será a fidelidade à coalizão que sustenta seu governo.

Sobre uma possível mudança de partido, também preferiu a ambiguidade calculada: “Por enquanto, não está nos planos trocar de partido. Mas, como nada é definitivo em política, lá na frente… as coisas poderão ser diferentes”.

Ao evitar alimentar especulações, Brandão preserva duas frentes cruciais: a governabilidade — garantindo que a agenda de obras e investimentos siga sem ruídos — e o capital político de sua base aliada, que depende, em grande parte, da centralidade que ele ainda ocupa.

Ao fim, o governador parece enviar, sim, uma mensagem — mas não aos adversários, e sim ao próprio grupo: o momento é de lealdade e entrega administrativa, não de disputa interna. O comando da sucessão é dele, quem se antecipar demais, corre o risco de se queimar antes da largada.

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