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sexta-feira, 3 de março de 2017

ADALBERTO FRANKLIN MORREU! MAS ELE NÃO ERA MESMO DESSE MUNDO...

Já era esperado, diante do quadro grave de saúde em que se encontrava, mas nunca estamos prontos para receber a notícia da morte de quem amamos. Então na noite de ontem recebi com pesar e grande consternação a noticia da morte de mais um amigo e colega jornalista, nosso querido Adalberto Franklin, que passou dessa vida para outra  às 22h40 de quinta-feira, (02/03/2017) na UTI do Hospital da Unimed, em Imperatriz (MA) onde se encontrava há três semanas resistindo contra um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

Só agora me senti em condições de escrever algo sobre Adalberto Franklin. Não vou aqui me ater á sua vasta biografia, já intensamente publicada hoje nas redes sociais, quero apenas deixar meu testemunho, dizer da minha pouca porém frutífera vivencia com esse intelectual que honra nossa cidade, e passa agora não apenas a contar e pesquisar sobre a história de Imperatriz, mas a fazer parte dela, nos deixando um grande legado e incentivo à produção literária e ao pleno exercício das idéias humanísticas.

Homem de esquerda, manso e gentil, Adalberto Franklin era extremamente solidário. Conheci Adalberto no final dos anos 80, quando junto com outros colegas como Edmilson Sanches, Demerval Moreno, começamos a gestar a ideia da criação do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas, Sindijori, e depois trabalhamos no Sistema Mirante de Comunicação, quando juntos participamos da famosa greve de setembro de 1991 e apanhamos da polícia na porta da emissora por causa de um um piquete. 

Já naquele tempo Adalberto era muito respeitado e detinha função importante na Mirante que lhe daria até  argumentos para não aderir á greve, como fizeram, outros na mesma posição sua, mas não, preferiu ser  solidário com seus companheiros e fez parte ativamente daquele movimento.

Poderia também Adalberto não ter sido agredido pela PM, bastaria ficar de longe, como alguns ficaram, mas não, foi para junto de mim e dos outros que apanhavam e pacificamente nos abraçou, acabando também por ser espancado.

Depois desses episódios também participamos do Movimento de Cursilhos da Igreja católica, onde terminei por entender melhor quem era aquele moço.

Alguns anos depois novamente pude constatar outra característica de Adalberto, quando foi destacado agente público no governo Jomar Fernandes. Num oceano de problemas de gestão e denuncias contra o prefeito e alguns de seus secretários, ninguém ousou levantar qualquer questionamento contra Adalberto em nenhuma das pastas que ocupou, sempre agindo com ética e descendência com a coisa pública. Ao contrário, depois da gestão Jomar muitos diziam que se tivessem deixado Adalberto como secretário de Governo desde o inicio, as coisas teriam sido diferentes e Jomar Fernandes não teria fracassado ao ponto de não conseguir se reeleger.

Em nosso último contato mais demorado, alguns dias antes de adoecer, na Chácara de seu irmão Gilberto Castro, em uma roda de amigos expus o meu desejo de tentar reerguer a bandeira da criação do Estado do Maranhão do Sul, quando na oportunidade grande parte dos que participavam da discussão jogaram "um banho de água fria" na proposta com aqueles velhos argumentos  de rejeição aos políticos, que segundo eles só se aproveitaram desta ideia secular que embala os sonhos dos sulmaranheses. Mas de Adalberto, o último a se pronunciar , o apoio veio com argumentos que depois até mudaram os posicionamentos dos que inicialmente  haviam renegado a ideia

Assim era Adalberto, parecia que não era mesmo desse mundo... Seja nas letras, na produção e editoração de livros, seja na sua rápida passagem pela administração pública, ou mesmo em sua religiosidade, Adalberto nos deixa um grande legado.

De minha parte fico honrado, por ter sido seu amigo e tido oportunidade de ser contemporâneo desse grande homem.

Como diz  a passagem Bíblica de II Timóteo: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda, vai com Deus Adalberto!

Aos parentes e amigos  nossa solidariedade. Avante, a vida continua!

Em tempo:


O corpo do jornalista Adalberto Franklin está sendo velado  endereço da Família Pereira de Castro, na Rua João Pessoa, nº 1000, bairro Bacuri. Trata-se de área de um quarteirão, onde diversos membros da Família têm residências, com ampla área livre, bem arborizada, altas mangueiras e outras plantas. Às 9h da manhã deste sábado, dia 04,  sairá para o Cemitério Campo da Saudade, na Avenida Newton Belo onde será sepultado.