Mostrando postagens com marcador Adalberto Franklin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adalberto Franklin. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 20 de abril de 2017

ESCOLA DA VILA MARIANA RECEBERÁ NOME DE ADALBERTO FRANKLIN

Projeto de Lei de autoria do vereador Zesiel Ribeiro foi aprovado pela Câmara Municipal


O plenário da Câmara Municipal de Imperatriz aprovou na sessão desta quarta-feira (19) o Projeto de Lei Ordinária nº 13/2017, de autoria do vereador Zesiel Ribeiro, que denomina de ‘Adalberto Franklin’ a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) localizada na Vila Mariana.

A obra iniciada pela gestão do ex-prefeito Sebastião Madeira, período em que o professor Zesiel esteve à frente da Secretaria Municipal de Educação, é fruto de convênio com o Governo Federal por meio do FNDE em contrapartida com recursos do Tesouro Municipal, e foi repassada para a gestão atual com mais de 70% concluída. 
Sobre a iniciativa, Zesiel ressalta que ao ser eleito o vereador mais votado de Imperatriz, assumiu o compromisso de lutar pela defesa da cidade e representar os anseios da comunidade como legislador, entre eles, o de reconhecer o mérito de cidadãos que na vida pública ou no anonimato trabalham pela cidade. 

“Enquanto estivemos à frente da SEMED conquistamos inúmeros avanços na qualidade da educação municipal, a exemplo do atendimento à primeira infância, pois conseguimos entregar cinco unidades Pro-infância em diferentes regiões da cidade e deixamos mais quatro em construção e outras três aprovadas. Dessas, a obra mais adiantada é a da Vila Mariana, já em fase de conclusão. Com a perda precoce do Adalberto, não hesitei em solicitar que seu nome ficasse gravado em uma obra que vai possibilitar a formação dos escritores do futuro”, disse o vereador. 

AGRADECIMENTO – Em nome da família, Eduardo Franklin, segundo filho de Adalberto agradeceu o gesto de eternizar o nome de seu pai em um órgão público de grande relevância para a cidade: “Entendemos a importância da simbologia, pois todo o trajeto de nosso pai foi baseado no amor pela cidade e na valorização de Imperatriz no cenário estadual e nacional. Com seu nome gravado em uma escola pública, as futuras gerações terão acesso facilitado ao legado de Adalberto Franklin”.
 [Da Assessoria]

sexta-feira, 3 de março de 2017

ADALBERTO FRANKLIN MORREU! MAS ELE NÃO ERA MESMO DESSE MUNDO...

Já era esperado, diante do quadro grave de saúde em que se encontrava, mas nunca estamos prontos para receber a notícia da morte de quem amamos. Então na noite de ontem recebi com pesar e grande consternação a noticia da morte de mais um amigo e colega jornalista, nosso querido Adalberto Franklin, que passou dessa vida para outra  às 22h40 de quinta-feira, (02/03/2017) na UTI do Hospital da Unimed, em Imperatriz (MA) onde se encontrava há três semanas resistindo contra um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

Só agora me senti em condições de escrever algo sobre Adalberto Franklin. Não vou aqui me ater á sua vasta biografia, já intensamente publicada hoje nas redes sociais, quero apenas deixar meu testemunho, dizer da minha pouca porém frutífera vivencia com esse intelectual que honra nossa cidade, e passa agora não apenas a contar e pesquisar sobre a história de Imperatriz, mas a fazer parte dela, nos deixando um grande legado e incentivo à produção literária e ao pleno exercício das idéias humanísticas.

Homem de esquerda, manso e gentil, Adalberto Franklin era extremamente solidário. Conheci Adalberto no final dos anos 80, quando junto com outros colegas como Edmilson Sanches, Demerval Moreno, começamos a gestar a ideia da criação do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas, Sindijori, e depois trabalhamos no Sistema Mirante de Comunicação, quando juntos participamos da famosa greve de setembro de 1991 e apanhamos da polícia na porta da emissora por causa de um um piquete. 

Já naquele tempo Adalberto era muito respeitado e detinha função importante na Mirante que lhe daria até  argumentos para não aderir á greve, como fizeram, outros na mesma posição sua, mas não, preferiu ser  solidário com seus companheiros e fez parte ativamente daquele movimento.

Poderia também Adalberto não ter sido agredido pela PM, bastaria ficar de longe, como alguns ficaram, mas não, foi para junto de mim e dos outros que apanhavam e pacificamente nos abraçou, acabando também por ser espancado.

Depois desses episódios também participamos do Movimento de Cursilhos da Igreja católica, onde terminei por entender melhor quem era aquele moço.

Alguns anos depois novamente pude constatar outra característica de Adalberto, quando foi destacado agente público no governo Jomar Fernandes. Num oceano de problemas de gestão e denuncias contra o prefeito e alguns de seus secretários, ninguém ousou levantar qualquer questionamento contra Adalberto em nenhuma das pastas que ocupou, sempre agindo com ética e descendência com a coisa pública. Ao contrário, depois da gestão Jomar muitos diziam que se tivessem deixado Adalberto como secretário de Governo desde o inicio, as coisas teriam sido diferentes e Jomar Fernandes não teria fracassado ao ponto de não conseguir se reeleger.

Em nosso último contato mais demorado, alguns dias antes de adoecer, na Chácara de seu irmão Gilberto Castro, em uma roda de amigos expus o meu desejo de tentar reerguer a bandeira da criação do Estado do Maranhão do Sul, quando na oportunidade grande parte dos que participavam da discussão jogaram "um banho de água fria" na proposta com aqueles velhos argumentos  de rejeição aos políticos, que segundo eles só se aproveitaram desta ideia secular que embala os sonhos dos sulmaranheses. Mas de Adalberto, o último a se pronunciar , o apoio veio com argumentos que depois até mudaram os posicionamentos dos que inicialmente  haviam renegado a ideia

Assim era Adalberto, parecia que não era mesmo desse mundo... Seja nas letras, na produção e editoração de livros, seja na sua rápida passagem pela administração pública, ou mesmo em sua religiosidade, Adalberto nos deixa um grande legado.

De minha parte fico honrado, por ter sido seu amigo e tido oportunidade de ser contemporâneo desse grande homem.

Como diz  a passagem Bíblica de II Timóteo: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda, vai com Deus Adalberto!

Aos parentes e amigos  nossa solidariedade. Avante, a vida continua!

Em tempo:


O corpo do jornalista Adalberto Franklin está sendo velado  endereço da Família Pereira de Castro, na Rua João Pessoa, nº 1000, bairro Bacuri. Trata-se de área de um quarteirão, onde diversos membros da Família têm residências, com ampla área livre, bem arborizada, altas mangueiras e outras plantas. Às 9h da manhã deste sábado, dia 04,  sairá para o Cemitério Campo da Saudade, na Avenida Newton Belo onde será sepultado.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

IMPERATRIZ TEM IDENTIDADE CULTURAL, SIM


Avenida Getúlio Vargas, Imperatriz-MA , foto: Josué Moura
Coisa que raramente faço, resolvi ir nesta quarta-feira à Câmara Municipal assistir à sabatina do amigo Chiquinho França, consagrado instrumentista maranhense, indicado pelo novo prefeito à presidência da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI). Fui devido a várias motivações: 

1) por tratar-se de um amigo de quem espero uma gestão cultural diferenciada das que temos tido ultimamente no Município, voltadas apenas para os “grandes eventos” do carnaval, festas juninas, aniversário da cidade e reveillon; 

2) por ter sido eu o primeiro presidente da FCI; 

3) por desejar ouvir de viva voz as promessas de cumprimento da Lei de Incentivo à Cultura e do Fundo Municipal de Cultura, descumprida sistematicamente e propositadamente pela governo anterior — por mais paradoxal que possa parecer, o mesmo que a criou e a sancionou; 

4) por ser eu vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, representando a sociedade civil.

Durante a sabatina, ouvi o que era de se esperar: as promessas de valorização das diversas manifestação culturais e o compromisso de cumprimento da lei municipal de cultura a partir deste mês — o que é louvável, mas não poderia ser diferente; a realização de oficinas de captação de recursos federais e estaduais (muito necessárias, visto que os recursos do Fundo Municipal porte nem para todas as situações); a busca de parcerias com a iniciativa privada, além de outras louváveis iniciativas. Dei-me por contente nesses quesitos, pois tão pouco tem sido feito verdadeiramente no na área das políticas culturais, mas quase tão somente eventos culturais, que não são a mesma coisa.

Contudo, deixei a galeria da Câmara um tanto agastado e preocupado com a visão do novo presidente da FCI, seus assessores e alguns vereadores quanto à identidade cultural de Imperatriz, que, para mim, é o ponto de partida para as ações e a política cultural a ser implementada. Afirmou-se que Imperatriz não tem uma identidade cultural, e sim manifestações “fragmentadas” de culturas diversas. Ora, um absurdo e um perigo essa afirmativa, pois é exatamente nessa diversidade que se encontra a identidade cultural do município: ela é plural; é múltipla e diversa. 

É preciso compreender que a cultura de uma sociedade caminha pari e passo com sua história. Os elementos e as manifestações culturais são o resultado do fazer humano, o modo de vida e os costumes construídos, herdados ou adquiridos das gerações anteriores e da contemporaneidade. E nesse aspecto, inclusive, é preciso distinguir o que inculturação e aculturação, ou seja, aquilo que é nato e que é alienígena, aquilo que tem raízes na história e nos costumes do povo e aquilo que nos é imposto pelo modismo ou pelos meios de comunicação, sem correspondência com os nossos costumes, com nossa história. 

Quem conhece a história e os costumes do nosso sudoeste maranhense, sabe muito bem o quanto é diferencia a cultura destes sertões em comparação com a cultura ilhéu. Pouco temos em comum em folclore, gastronomia e musicalidade. Essas duas regiões, apesar de ambas maranhenses, surgiram distintamente, viveram isoladas uma da outra por mais de 250 anos e somente há pouco mais de 50 anos passaram a ter contato expressivo. 

Não sei se é necessário lembrar que a partir da década de 1950, com os processos migratórios que transformaram Imperatriz na segunda mais populosa cidade maranhense, pessoas de toas as regiões brasileiras se estabeleceram neste Município, trazendo consigo seus costumes, seus credos, seus sotaques, sua culinária, enfim, suas manifestações culturais, sobrepondo-se, por serem os migrantes maioria da população, à cultura local. Com isso, Imperatriz tornou-se multicultural.

É exatamente essa a identidade cultural de Imperatriz: a multiculturalidade. Aqui, não há “uma” identidade cultural; há uma pluralidade de identidades que se entrecruzam e formam “um todo” múltiplo, plural, que caracteriza o que somos. Há aqui uma invejável riqueza de etnias, sotaques, cantos, credos, danças, culinária e outras manifestações que não se pode confundir com uma babel cultural e se queira reduzi-la a uma monocultura, a uma ou duas expressões que, em suma, não representam a nossa totalidade múltipla — um caldeirão em que se amalgamam culturas do Norte, do Nordeste, do Sul, do Sudeste, do Centroeste e estrangeiros, sem ranço nem preconceito que, talvez, daqui a várias gerações, se fundam em outras expressões próprias, nascidas desses entrelaces.

Assim como São Paulo, Brasília, Rio Branco e várias outras cidades impulsionadas pela migração, Imperatriz é um polo de cultura e tem muitas facetas culturais. É um equívoco completo pretender-se que Imperatriz se espelhe na ilha capital. O bumba-meu-boi não tem a ver com as quadrilhas juninas, apesar de serem festejos de mesma época, nem que o cacuriá seja para nós mais importante que o lindô. Ou que o reggae receba mais destaque que o forró. Isto sim, é questão de identidade histórica.

Que resista e se mantenha viva a nossa pluralidade, a nossa identidade.