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A verdadeira Kelly, foragida da cadeia de P. Dutra-MA. |
Debaixo de muita pressão da sociedade organizada, entidades de Direitos Humanos e da imprensa - em especial a TV Difusora , que fez a sua própria investigação -, a Polícia Civil do Maranhão já concluiu que a doméstica Kelly Alves Lima, que se encontra presa em Imperatriz, na delegacia da Vila Lobão, não é a mesma Kelly acusada de fazer parte da quadrilha que aplicava o golpe conhecido como "Boa noite Cinderela" na cidade de São Paulo e que foi presa ano passado em Presidente Dutra-MA, encontrando-se atualmente foragida.
Trata-se de um grande equívoco judicial e de mais uma grande injustiça contra uma pessoa pobre, menos favorecida.
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Kelly, a inocente, que continua presa em Imperatriz |
O pior é que depois dessa constatação, Kelly ainda padece atrás das grades, continua presa esperando pela burocracia do rito jurídico que diz que só a Justiça paulista é que pode relaxar sua prisão.
Para isso, seu advogado, o ex-prefeito de João Lisboa, Sálvio Dino, terá que ir à São Paulo, para através de uma petição com documentos comprobatórios solicitar ao juiz da 19 Vara Criminal de São Paulo, a absolvição sumária, ou seja, a revogação da prisão preventiva da doméstica.
Ontem, no Programa Imperatriz Urgente, do repórter Paulo Negrão (TV Band), o presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da OAB- Imperatriz advogado Valdemar de Brito criticou duramente o fato de Kelly ainda se encontrar presa. Para o advogado "as provas materializadas que conformam o erro judicial são suficientes para colocar a inocente em liberdade".
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Sálvio Dino |
Questionado por este jornalista, o advogado Sálvio Dino disse que a demora em dar entrada no pedido de soltura de Kelly está se dando porque este estaria juntando documentos, depoimentos e até a foto da verdadeira Kelly de Presidente Dutra que acaba de chegar em suas mãos.
"Concluído tudo isso, no início da semana que vem estarei indo à São Paulo, quando finalmente esperamos por um fim a este lamentável equívoco que tanto tem trazido sofrimento para Kelly e sua família", disse Sálvio Dino, explicando que tentou daqui mesmo resolver o problema, mas diante da gravidade do caso, isso só será possível com a sua ida à São Paulo.
Reparação
Num caso desses, sem dúvida os danos sofridos por Kelly e sua família são enormes. Quem paga por isso? Naturalmente o Estado, ou os Estados de São Paulo e do Maranhão.
Ações desse tpo são julgadas quase todos os dias, num país de desiguldades como Brasil, onde os erros da Justiça e da Polícia são constantes. E ainda tem uns loucos por ai que defendem a pena de morte. Já pensou o tanto de pobres que seriam penalizados?
Clique nos títulos abaixo e confira algumas decisões judiciais condenando o Estado a reparar erros cometidos, quase sempre com os mais pobres.
Estado de Minas Gerais é condenado a pagar indenização milionária a ex-segurança
Justiça manda União reparar empresário preso por engano pela PF
3 comentários:
Infelizmente como a familia contratou este advogado, não se pode fazer muita coisa...estevemos na delegacia,pelo Centro de Direitos Humanso Pe. Josimos, levamos a Dra. Graça Carvalho para ssumir a defesa dela, conversamos com o Dlegado Regional que se recusou a nos dizer quem era o Juiz local respossavel pela prectória, conversamos com familiares de Kelly que ja tinham contartado o atual advogado, memso assim ficaram de passar o noem do Juiz e até hj não o fizeram, ficamos de mão atadas, mesmo assim tentaremos outras ações amanhã, diretamente no Forum de Justiça...
Junta a incompetencia da polciia mais a desatualização de advogado...é muito azar dessa moça...
Caros leitores,
Ninguém lembrou, mas... Passo aqui para registrar que o "Caso Kelly" tomou outro rumo graças ao trabalho investigativo dos colegas da imprensa. Por esse e outros motivos é que tenho muito orgulho de ser jornalista.
PARABÉS AOS JORNALISTAS BRASILEIROS!
Edvaldo Ferreira
Brasília
Sobre o assunto, o jornalista e vereador Edmilson Sanches Escreveu o texto abaixo, que stá sendo um sucesso no Facebook...
(IN)JUSTIÇA
Decisão de Justiça se discute, sim. O Poder Judiciário não é constituído de deuses (sequer semideuses), cuja vontade prolatada (que palavra...) não possa ser objeto de crítica(s).
O episódio da prisão da Srª Kelly Alves Lima, em Imperatriz, homônima de uma marginal de outro município maranhense (mas que cometeu crime em São Paulo), mostra o quanto a Justiça e a Polícia são ou estão deficientes em termos de recursos técnicos e científicos que reduzam as ocorrências injustas. Uma simples comparação das fotos existentes das duas Kelly poderia revelar, por meio de equipamentos especializados, se os traços físicos do rosto são compatíveis, distância entre olhos, entre esses e o nariz, testa, faces, sobrancelhas etc.
Isso não é coisa de filme americano, não. Isso é coisa de Poderes Públicos competentes, que, por reivindicação e atendimento, dotam, aparelham seus órgãos com instrumentos que podem fazer a diferença entre a liberdade e a prisão, a vida e a morte (inclusive moral) de pessoas.
A Srª Kelly injustiçada está há mais de duas semanas na cadeia. Nunca esteve em São Paulo, nem mesmo para cometer crime(s) -- aliás, nunca botou os pés fora da pequena comunidade onde vive. Em sua singeleza, quase não sabe se expressar, muito menos se defender. Até a indignação do inocente não transparece como se esperaria ante tamanha... injustiça.
...E a burocracia legal não agiliza as providências para que uma mãe humilde volte para sua família. Não é sem razão que, lá no século 16, Rabelais comparou as leis às teias de aranha: pega pequenas moscas... mas são rompidas por grandes besouros.
Falo com desconhecimento de causa, mas políticos e (outros) bandidos muitas das vezes têm atendimento e soluções especiais, inclusive com uso de tecnologias da informática e das telecomunicações. É um tal de foro privilegiado aqui, é a prestação de depoimento(s) via computador e filmagem ali... Mas quando o suspeito, o acusado, o incriminado é pobre e, além de pobre, mulher, e, mais ainda, mulher pobre nascida, vivida e metida nestas brenhas e desvãos de cá do Brasil, aí então tudo fica mais difícil. A solução é mais demorada; a injustiça, mais dolorida.
Certamente se contra-argumentará que se está apenas cumprindo o estrito dever legal, com a observância de todos os códigos e codificações normativas do caso. Certamente estarão coberto de razões. Pois esse é o mal da Humanidade: acreditar que está fazendo Justiça quando, na verdade, apenas se está seguindo leis.
(Só falta brandirem argumentos de que Lei é Justiça. Nem em número de sílabas. Sequer são rima. O único traço comum entre Lei e Justiça é a letra "i".)
Se confirmada a irresponsabilidade na prisão, tem de ser confirmada uma responsabilidade de indenização. Indenização pecuniária e anunciação formal de pedido de desculpas: é o mínimo que a Kelly inocente merece de um Estado culpado, Estado que não a protegeu, mas, sim, à maneira de Dante, fê-la descer aos infernos, empurrada por um invisível dedo em riste: "Culpada!" "Foragida!".
Erros judiciais acontecem em todo mundo. O que faz diferença é a urgência na correção e a velocidade e não-economicidade na reparação.
A Kelly injustiçada vai se libertar de sua prisão.
E a Justiça, vai se libertar de seus (tantos) erros?
(EDMILSON SANCHES) edmilsonsanches@uol.com.br
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