quarta-feira, 30 de maio de 2012

ANALISTAS CONSIDERAM DENÚNCIAS CONTRA LULA UM DESASTRE POLÍTICO PARA O PT


Lula, poderá causar  consequências desconfortáveis ao PT
As denúncias de envolvimento do ex-presidente Lula em suposta tentativa de coerção ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, conforme noticiado na última edição da revista Veja, pode causar graves danos às pretensões políticas do PT, segundo avaliam alguns analistas da imprensa.
Kennedy Alencar, da CBN, disse que consideraria normal o fato de Lula ter tentado convencer Gilmar Mendes a atrasar o julgamento do Mensalão. “Não vejo problema em o Lula defender isso. O PT tem o direito de pleitear o adiamento e o Supremo o direito de negar”. 
Gilmar Mendes
Para o jornalista, o problema seria Lula ter dito a Gilmar algo do gênero: “Adia [o julgamento] que eu lhe protejo na CPI”. O analista da CBN acredita que o episódio deverá trazer consequências bastante desconfortáveis ao PT. “Tudo isso aumenta as chances de o julgamento do Mensalão acontecer, o que seria um desastre para o PT, especialmente porque pode haver uma reação corporativa do Judiciário”, comentou. 
Pela biografia dos envolvidos, Kennedy sugere que o trio apresente suas versões de forma mais clara e consistente. No caso de Gilmar Mendes, questiona o porquê só agora, um mês depois, o magistrado decidiu se manifestar. Quanto a Lula, uma nota de indignação representa muito pouco ante a gravidade da denúncia.
A expectativa de Kennedy Alencar parece não animar muito Fernando Rodrigues, analista da Jovem Pan. Para ele, o conflito de versões projeta mais um caso em que a verdade nunca aparecerá. 
Na mesma emissora, Carlos Chagas prefere discutir o impacto do caso na imagem da presidente Dilma Rousseff. “Dilma vem mantendo delicado equilíbrio entre os poderes da União, mas coisa que o seu mentor e conselheiro parece querer ´abagunçar´”. 
Outro comentarista da Jovem Pan, José Nêumanme Pinto, afirma que Lula tem vários erros. O primeiro deles seria impor a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O segundo: a CPMI criada por Lula para se vingar do governador de Goiás, Marconi Perilo (PSDB), pode trazer consequências desastrosas ao PT. O terceiro é a suposta pressão do ex-presidente ao STF. “O ex-presidente não tem nada que interferir na pauta do Supremo; a eleição não tem nada que adiar julgamento nenhum; a influência que o julgamento do Mensalão poderá ter na sociedade é muito maior e mais importante que qualquer resultado eleitoral; e qualquer conversa que o presidente tenha com qualquer membro do Supremo é absolutamente fora de qualquer critério ético”.
Na Rádio Bandeirantes, o apresentador José Paulo de Andrade considerou o episódio mais uma prova da “promiscuidade” na política brasileira, que, segundo o comentarista Salomão Ésper, da mesma emissora, tem relação direta com a corrupção.
Na edição online de Carta Capital, o colunista Wálter Maierovitch, que é jurista e ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, escreve que “Lula negou o teor da conversa informada pela revista Veja e confirmada pelo ministro Gilmar Mendes. Ou, como fazia Cachoeira, plantada por Gilmar Mendes junto à revista Veja”. 
O colunista fecha o seu texto dizendo que, no vaivém de versões, o placar aponta vitória de 2 a 1 para Lula. “Como Jobim é inconfiável, não haverá surpresa se voltar atrás (...). Lula deve explicações. E  deveria propor uma ação penal de iniciativa privada, por crimes contra a honra, contra Gilmar Mendes. Até para que (...) ficasse a verdade processual como registro.” ( Fábio Bouéri, no site Comunique-se)

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