Esse desastre vem ocorrendo desde o início da operação na CEST
A mortandade de peixes verificada nos últimos dois anos no rio Tocantins chamou
a atenção da Procuradoria da República do estado do Tocantins (PR-TO), que
agora cobra a realização de um Workshop com a participação dos empreendedores
responsáveis pelas hidrelétricas de Lajeado (Investco), Peixe (Enerpeixe) e
Estreito (Cest), dos órgãos ambientais e universidades.
A ideia da
realização desse Workshop surgiu na Procuradoria da República e tem como
objetivo apurar as
responsabilidades pelas mortandade de peixes a jusante
(após, no sentido da correnteza do rio) das barragens das UHEs de Peixe
Angical, Lajeado e Estreito, buscando soluções para esse problema, que vem se
transformando no maior desastre ambiental ocorrido em todos os tempos no rio
Tocantins.
De acordo
com informações da Procuradoria, a reunião é parte do procedimento administrativo
que tramita na PR-TO, instaurado a partir de notícia trazida pelo Ibama-TO da
ocorrência de mortandade de peixes a jusante dos três empreendimentos. Além do
procurador Álvaro Manzano, a reunião contou com a presença dos representantes
dos três empreendimentos, Naturatins, Ibama, Embrapa e Universidade Federal do
Tocantins.
Durante a
reunião, além da responsabilização civil e ambiental pela morte dos peixes,
também foram debatidas alternativas para monitoramento das espécies do rio
Tocantins visando pelo menos a redução da mortandade. Para tanto é cogitada a
transposição dos peixes por intermédio da escada de transposição. Atualmente,
somente a UHE de Lajeado possui a escada, mas encontra-se desativada.
O resultado
dessa reunião encheu de esperança o ambientalista e jornalista Domingos Cezar
Ribeiro, diretor-conselheiro da Fundação Rio Tocantins – Memorial do Pescador,
que há muito vem denunciando e cobrando ações efetivas por parte das
autoridades, principalmente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Como
percorreu a região várias vezes em suas expedições, antes da formação do lago,
Domingos Cezar foi um dos palestrantes no Seminário promovido pela Comissão de
Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e entidades
ambientais, em maio de 2011, na cidade de Estreito.
Apesar de
convidado, nenhum representante do Cest compareceu ao evento para tentar
justificar a mortandade de cerca de 35 toneladas de peixe na hidrelétrica de
Estreito, que se constituiu no maior desastre ambiental ocorrido no rio
Tocantins. A gerência do Ibama/Imperatriz informou, na ocasião, que o Consórcio
tinha recebido multa no valor de R$ 8 milhões, mas que havia recorrido.
Com essa
tomada de posição por parte da Procuradoria da República no Tocantins, o
ambientalista acredita que os responsáveis pelos três empreendimentos poderão
ser responsabilizados e penalizados, e com isso o problema seja pelo menos
minimizado.
De acordo com Domingos Cezar, é
uma coisa da natureza os peixes subirem o rio em cardume, razão porque, no seu
entendimento, nas hidrelétricas deveriam ser construídas paralelamente, a
escada para transposição dos peixes e eclusa, para transposição dos barcos,
umna vez que se fala tanto em viabilizar a hidrovia da bacia Araguaia/Tocantins (Domingos
Cezar )
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