quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ESTREITO-MA: DEPUTADA DIZ QUE HIDRELÉTRICA "É UM EMPREENDIMENTO IMPORTANTE PARA O BRASIL, MAS PARA ESTREITO E CAROLINA FOI UM DESATRE"

Numa passagem metórica por Imperatriz a presidenta Dilma Rousself inaugurou hoje nesta quarta-feira, mais uma turbina da  usina hidrelétrica de Estreito, que jogará no sistema 1.087 megawatts.


A Hidrelétrica, tida como mais  uma grande panacéia para acabar com os problemas de falta de energia eletrica no país, foi festejada por grande maioria dos políticos e pelo meio empresarial, mas mesmo reconhecendo a importancia da obra, a deputada estadual  Valéria Macedo destoa dos demais e fez questão de lembrar os impactos gerados que em sua opinião foram desatrosos principalemnte para duas cidades, Estreito e Carolina.

Em entrevista ao o Globo, A deputada afirmou ainda que as medidas ambientais foram paliativas: "houve mortandade de peixes e a fauna e a flora do lago não foram removidas. Segundo Valéria, as indenizações pagas são baixas, o número de famílias atingidas é maior e o apoio aos pescadores não é o prometido pelo consórcio". Leia mais abaixo:


Obra começou em 2006. Setores reclamam de impacto da usina

A inauguração da hidrelétrica acontece após o apagão em áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e no Distrito Federal, no início deste mês. A hidrelétrica de Estreito começou a sair do papel em dezembro de 2006, quando o Consórcio Estreito Energia (Ceste) conseguiu a licença ambiental para iniciar a obra. Em abril do ano passado, a primeira turbina entrou em operação.

- Em 2004 houve uma mudança no sistema para não termos outro racionamento. A ideia é nunca mais termos racionamento, porque os prejuízos são muitos - disse Domingos Andreatta, diretor do Departamento de Monitoramento do Setor Elétrico do Ministério de Minas e Energia, questionado sobre o apagão do início deste mês.

Na construção da usina, segundo o Ceste, foram gerados 36 mil empregos diretos e indiretos na região. Cerca de 600 milhões foram aplicados em ações socioambientais e benefícios aos 12 municípios atingidos pela hidrelétrica. Segundo o diretor-presidente do Ceste, Carlos Castanho Júnior, cerca de 2 mil famílias de ribeirinhos foram removidas e indenizadas, outras 200 estão em processo de negociação para remanejamento e os pescadores estão sendo assistidos, numa parceria com o Ministério da Pesca, para organização da produção em cooperativas.

- Além de gerar energia, a usina de Estreito é um vetor de desenvolvimento e inclusão social e econômica para a região. É um grande orgulho para nós termos na inauguração a presidente Dilma, a mãe do PAC e que era ministro quando iniciamos o processo para construção da usina - disse Castanho.

A deputada estadual Valéria Macedo (PDT) reconhece a importância do empreendimento para a geração de energias, mas destaca problemas para as duas cidades maranhenses atingidas pela hidrelétrica. Segundo ela, a hidrelétrica teve impacto sobre a já precária infraestrutura urbana e de transporte de Estreito e Carolina.

— É um empreendimento importante para o Brasil, mas para Estreito e Carolina foi um desastre — disse a deputada.

A deputada afirmou ainda que as medidas ambientais foram paliativas: houve mortandade de peixes e a fauna e a flora do lago não foram removidas. Segundo Valéria, as indenizações pagas são baixas, o número de famílias atingidas é maior e o apoio aos pescadores não é o prometido pelo consórcio.
— Há muita insatisfação na área. Os aspectos sociais e ambientais ficaram muito aquém do prometido — disse a deputada.

O consórcio diz que na região da usina, na divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins, construiu escolas, sedes para as polícias militar e civil, asilos e creches, além de ampliar postos de saúdes e reformar hospitais. Também doou ambulâncias, ônibus escolares e tratores para as prefeituras da região. Durante a construção da usina, foram desenvolvidos 39 programas socioambientais.

Segundo Castanho, a mortandade de peixes ocorreu quando a primeira turbina foi ligada. O fato foi informado ao Ministério do Meio Ambiente e não ocorreu quando as outras turbinas entraram em funcionamento.

— É impossível fazer todos os testes sem impacto, pois estamos colocando um novo agente. É inexorável. Não conheço nenhuma hidrelétrica que não tenha problemas. Agora estamos acionando a oitava turbina e não tivemos mais mortandade — disse.

Na comitiva da presidente estão os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Gastão Vieira (Turismo) e Helena Chagas (Comunicação Social), além do governador do Tocantins, Siqueira Campos, e o governador em exercício do Maranhão, Washington Luiz de Oliveira.

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