A novela das empresas X é destaque na primeira página do jornal britânico Financial Times desta quarta-feira, 30.


Por Fernando Nakagawa, de Londres
Com o título Magnata Batista luta para evitar maior calote da América Latina, a reportagem diz que a “a dramática queda em desgraça do magnata brasileiro Eike Batista entrou em sua fase final ontem e a petroleira OGX se aproxima do que poderia ser a maior quebra empresarial da América Latina”.

A reportagem diz que, após as tentativas frustradas de negociação com os credores, a empresa está prestes a apresentar o pedido de recuperação judicial.
“Isso poderia dar tempo para a empresa tratar de reabrir as negociações com os credores sob o processo de recuperação e evitar um enfrentamento direto com o órgão regulador, que pode retirar as concessões de empresas insolventes”, diz a reportagem.

“As ações da OGX caíram mais de 90% este ano após a empresa não cumprir metas de produção e a suspensão do desenvolvimento de três poços produtores de petróleo”, diz o texto, afirmando que os investidores “que uma vez acreditaram que o empreendimento poderia se converter em uma versão privada da Petrobras” receberam um duro golpe com o fracasso da empreitada.

A reportagem reconhece que o Brasil avançou nos últimos anos na legislação para empresas com dificuldades financeiras. Apesar disso, a Lei de Falências tem aspectos que podem gerar problemas em um eventual processo com as empresas de Eike.

Um dos pontos apontados pelo FT é a permanência do controlador – no caso, de Eike Batista – no grupo que decide os rumos do grupo com problemas financeiros. Nos Estados Unidos, se uma companhia entra no chamado Chapter 11, os executivos que levaram a empresa aos problemas financeiros deixam o comando.
(Estadão)