Sônia Guajajara levou mais de cem manifestantes para os escritórios das empresas francesas GDF Suez, EDF e Alstom, que estão envolvidos na construção de várias barragens destrutivas.
Survival
A
indígena brasileira Sônia Guajajara e mais de cem apoiadores se
manifestaram em Paris hoje, contra a construção de mega-barragens na
Amazônia brasileira
© Survival International
A
indígena brasileira Sônia Guajajara liderou um protesto hoje em Paris –
Dia Internacional de Ação pelos Rios – pedindo a suspensão da
construção de mega-barragens na Amazônia.
A Sônia levou mais de cem manifestantes para os escritórios das empresas francesas GDF Suez, EDF e Alstom, que estão envolvidos na construção de várias barragens destrutivas.
O grupo formou ‘ondas humanas’, que se chocaram contra os edifícios
dos escritórios para representar a destruição de grandes barragens
amazônicas pelo movimento global contra as barragens. O grupo também
levou suas mensagens para o Rio Sena. Apoiadores da Survival carregaram
cartazes com as palavras ’Pare barragens na Amazônia’.
Sônia, da tribo Guajajara no nordeste da Amazônia, é a coordenadora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Ela disse, ‘A reputação do Brasil está em jogo… Estamos aqui para
trazer visibilidade ao preconceito inaceitável e a discriminação sofrida
pelos povos indígenas e exigimos que isso pare.’
Apesar de forte oposição,
o Brasil está avançando com suas construçôes da enorme barragem de Belo
Monte, no Rio Xingu, e as barragens dos rios Madeira e Tapajós, todas
no coração da floresta amazônica.
Sônia Guajajara exigiu que o governo brasileiro e as empresas GDF Suez, EDF e Alstom parem de construir barragens destrutivas.
© Survival International.
Milhares de índios estão se manifestando contra esses projetos, advertindo que estão devastando a floresta e colocando em risco a vida dos milhares de índios que vivem lá.
Líder indígena Megaron Kayapó disse: ‘Quais rios teremos para pescar?
O Xingu é nosso rio, nosso supermercado… Vivemos pela caça, pesca e
plantio… Sempre fomos contra (Belo Monte), e seremos sempre contra’.
Os índios isolados
que vivem perto das construções das barragens podem ser completamente
dizimados por doenças externas trazidas pelos milhares de imigrantes
sendo atraídos para as áreas.
Na terça-feira, Sônia denunciou o abuso do Brasil dos direitos indígenas na Organização das Nações Unidas em Genebra,
incluindo os planos do governo e de alguns latifundiários para
enfraquecer os direitos indígenas e abrir territórios indígenas a
enormes projetos industriais.
O Diretor da Survival França, Jean-Patrick Razon, disse hoje, ‘As
demandas da Sônia hoje em Paris, apenas três meses antes da Copa do
Mundo, são mais uma alerta do escândalo de direitos humanos infligido
aos índios por essas empresas francesas, e pelo Estado brasileiro.
Quando eles vão ouvir e acabar com isso de uma vez por todas?’
A visita de Sônia na Europa foi coordenada pelas organizações Amazon Watch, France Libertés e Planète Amazone.
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