E O NOSSO DIREITO À PRAIA, AO NOSSO RIO? E O PREJUÍZO DOS BARRAQUEIROS, DO MUNICÍPIO... QUEM PAGA POR ISSO?
Programada
para dois meses a temporada de veraneio nas praias do Rio Tocantins este ano durou apenas 27 dias. Com a desculpa do último apagão que aconteceu no nordeste e que por isso as hidrelétricas teriam que gerar mais energia o Consórcio responsável pela Hidrelétrica de Estreito forçou o encerramento da temporada de
veraneio nas praias do Cacau e do Meio, os dois balneários do município de
Imperatriz.
Não se ouviu ninguém do CESTE pelo menos pedindo desculpas aos sul-maranhenses por lhe tirarem o prazer dos fins de semana nas águas desse majestoso rio que um dia já foi livre e à disposição do povo, mas agora é dos magnatas que ganham rios de dinheiro, cobrando desse mesmo povo energia cara.
Só restou ao Superintendente de
Defesa Civil, o popular Chico Planalto, encerrar programação e ficar dando explicações em nome da prefeitura e alertar á aqueles que doravante se venturarem nas águas, não terão mais a proteção dos guardas-vidas entre outras ações do município.
Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, ainda no sábado (31), por ocasião da programação do
Concurso de Gastronomia de Peixe e do Cacau Pop Rock, as águas do rio Tocantins
já tomavam conta de 14 das 27 barracas ali instaladas. Em face dessa
situação, alguns barraqueiros que se inscreveram para o concurso desistiram de
concorrer desestimulados pela enchente anunciada e já prevendo prejuízo.
"No final da tarde as águas também alcançavam o palco em
que as bandas de pop rock se apresentaram durante os três últimos sábados. A
sorte, conforme mencionou o superintendente municipal de Defesa Civil,
Francisco das Chagas Silva, o Chico do Planalto, foi que a enchente não avançou
no inicio da noite de sábado, oportunizando a programação de domingo (1º de
setembro)", diz matéria assinada pelo jornalista Domingos César.
Ontem, por volta das 16:00hs, estive na Praia do Cacau e o clima era desalentador, com as águas já invadindo as barracas, alguns barraqueiros ainda teimando em ficar pelo menos até o próximo domingo, mas a maioria batendo em retirada. Mesmo com o aumento no volume das águas, algumas famílias ainda foram ontem à praia do cacau, talvez como numa espécie de despedida, na última hora matar o calor da tarde.
E O NOSSO DIREITO À PRAIA, AO NOSSO RIO? E O PREJUÍZO DOS BARRAQUEIROS, DO MUNICÍPIO... QUEM PAGA POR ISSO?
Não sou nenhum jurista, mas tenho um enorme senso de justiça, no que penso que encontraria total salvaguarda no Direito um pedido de indenização ao CESTE por parte dos barraqueiros e até do município de Imperatriz pelos prejuízos causados pela abrupta interrupção do período de veraneio.
O Consórcio Estreito Energia- CESTE é formado pelas multinacionais GDF Suez-Tractebel Energia (40,07%), Vale (30%), Alcoa (25,49%) e Intercement (4,44%) ganha muito dinheiro vendendo energia, pode muito bem repor aos cofres de Imperatriz o dinheiro que foi gasto na infraestrutura das praias do Cacau e do Meio, com o objetivo de duração para até dois meses.
O que o leitor acha disso? Devemos aceitar passivamente que esses poderosos capitalistas nos tirem o direito ao nosso lazer no rio que Deus em sua infinita bondade nos proporcionou gratuitamente?
Pelo menos de minha parte fica aqui o meu repúdio e estas poucas linhas escritas para que um dia, no futuro, quando não mais existir nem mesmo o Rio Tocantins, nossos descendentes possam ver que nem todos assistiram passivamente a essa ignominia praticada pelo capital contra o povo sul-marannhense e tocantino.
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