Alex Rodrigues
Da Agência Brasil
Da Agência Brasil
A morte de nove presos durante uma rebelião
no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, é mais uma
evidência do absoluto descontrole do sistema carcerário maranhense. A
opinião é do juiz auxiliar da presidência do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça), Douglas de Melo Martins. Coordenador do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, o juiz
lembrou que, na semana passada, três detentos do mesmo complexo haviam sido mortos durante um conflito. Para Martins, o episódio de quarta-feira (9) era uma tragédia anunciada.
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| O juíz maranhense Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça: constatações pragmáticas da falência do sistema prisional maranhense |
"O sistema
prisional maranhense, como o do restante do país, está controlado por
facções do crime organizado que, quando decidem enfrentar as
instituições e o Poder do Estado, quem paga o preço são pessoas que nada
tem que ver com isso. Pessoas que, muitas vezes, cometeram crimes
menores e que acabam se tornando vítimas do sistema prisional", disse o
juiz em entrevista à Agência Brasil e ao radiojornalismo da Empresa
Brasil de Comunicação (EBC).
Lembrando
inspeções do mutirão carcerário do CNJ em unidades prisionais
maranhenses, inclusive em Pedrinhas, e o acompanhamento permanente do
órgão, Martins foi categórico: o sistema prisional não está apto a
enfrentar e coibir tentativas de fugas e rebeliões. Situação que levou o
conselho a recomendar a construção de unidades prisionais no interior
do estado e a contratação de agentes penitenciários.
"Há muito o que ser feito no sistema prisional maranhense. Os presídios são muito precários. O juiz, que responde pelas varas de execuções penais de São Luís declarou, recentemente, que o Complexo de Pedrinhas está em uma situação tão ruim que não há como reformá-lo. A única solução é demoli-lo e construir outro", disse o juiz.
"Há muito o que ser feito no sistema prisional maranhense. Os presídios são muito precários. O juiz, que responde pelas varas de execuções penais de São Luís declarou, recentemente, que o Complexo de Pedrinhas está em uma situação tão ruim que não há como reformá-lo. A única solução é demoli-lo e construir outro", disse o juiz.
Segundo nota
divulgada nesta quinta-feira (10), pela Secretaria de Estado de Justiça e
Administração Penitenciária (Sejap), informações preliminares indicam
que a rebelião é consequência de guerra entre facções criminosas, e da
prisão, esta semana, de 16 integrantes de uma delas.
Martins destacou que a superlotação é uma realidade dos presídios maranhenses. "Todos os presídios estão superlotados, o que torna difícil separar os grupos criminosos rivais. Pedrinhas tem o agravante de estar completamente destruído", acrescentou o juiz, destacando a necessidade de uma ação conjunta das diversas instituições das três esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário). O próprio CNJ está em contato com o Conselho Nacional do Ministério Público maranhense para tentar encontrar, em parceria com outros órgãos e com os governos, uma solução para o problema.
É preciso que o governo federal repasse recursos, mas é necessária uma ação concreta do governo estadual para resolver o problema. Não dá para ficarmos só aguardando", disse o juiz, lamentando a manifestação de muitas pessoas, principalmente nas redes sociais, comemorando ou justificando as mortes.
"As pessoas não pensam que ir para o sistema prisional pode acontecer com qualquer pessoa. Não necessariamente as pessoas mortas nessas circunstâncias são líderes de organizações criminosas ou pessoas perigosas. Uma das pessoas mortas é um borracheiro que comprou uns pneus velhos que tinham sido furtados. Outra vítima do sistema prisional maranhense, decapitado, tinha sido preso após dar um tapa no rosto da irmã, durante uma briga".
A Agência Brasil entrou em contato com a Sejap, inclusive para obter números relativos à população carcerária do estado. Até o momento, contudo, não recebeu as respostas.(Colaborou Paula de Castro)
Martins destacou que a superlotação é uma realidade dos presídios maranhenses. "Todos os presídios estão superlotados, o que torna difícil separar os grupos criminosos rivais. Pedrinhas tem o agravante de estar completamente destruído", acrescentou o juiz, destacando a necessidade de uma ação conjunta das diversas instituições das três esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário). O próprio CNJ está em contato com o Conselho Nacional do Ministério Público maranhense para tentar encontrar, em parceria com outros órgãos e com os governos, uma solução para o problema.
É preciso que o governo federal repasse recursos, mas é necessária uma ação concreta do governo estadual para resolver o problema. Não dá para ficarmos só aguardando", disse o juiz, lamentando a manifestação de muitas pessoas, principalmente nas redes sociais, comemorando ou justificando as mortes.
"As pessoas não pensam que ir para o sistema prisional pode acontecer com qualquer pessoa. Não necessariamente as pessoas mortas nessas circunstâncias são líderes de organizações criminosas ou pessoas perigosas. Uma das pessoas mortas é um borracheiro que comprou uns pneus velhos que tinham sido furtados. Outra vítima do sistema prisional maranhense, decapitado, tinha sido preso após dar um tapa no rosto da irmã, durante uma briga".
A Agência Brasil entrou em contato com a Sejap, inclusive para obter números relativos à população carcerária do estado. Até o momento, contudo, não recebeu as respostas.(Colaborou Paula de Castro)

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