Só falta
o comunicado oficial da empresa, mas o que era tido como simples
especulação está agora confirmado. O grupo canadense Colossus Minerals
Inc, que se associou à Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada
(Coomigasp) para implantação de uma mina subterrânea de ouro no antigo
garimpo, no município de Curionópolis, está em situação falimentar e
definitivamente fora do projeto.
Tidas inicialmente como simples boatos, as
notícias sobre a falência da Colossus vinham circulando na região de
Curionópolis desde o final do segundo semestre de 2013.. Em dezembro a
empresa começou a desmobilizar as equipes de trabalho e, em janeiro
passado, anunciou a demissão de 400 operários.
Na versão divulgada pela Colossus,
tratava-se apenas de uma redução do ritmo de trabalho. Na verdade, o que
houve foi mesmo a paralisação das atividades, conforme admitiu o
promotor de Justiça Hélio Rubens, que vem tratando do caso desde o
início. A informação foi confirmada também por todas as lideranças
garimpeiras que participaram de audiência em Belém ontem à tarde, na
sede do Ministério Público do Estado.
O administrador de empresas Marcos Alexandre
Mendes, que, por decisão judicial, assumiu a direção da Coomigasp em
outubro de 2013 na condição de interventor, disse que a direção atual da
cooperativa vem monitorando as atividades na mina. Hoje, segundo ele,
só restam na área cerca de 50 funcionários, entre pessoal de segurança e
uma equipe encarregada de manter o sistema de bombeamento das galerias
subterrâneas.
Os técnicos do governo que participaram do
encontro deixaram claro que a continuidade do trabalho de drenagem do
túnel e das galerias, para evitar a acumulação de água, é vital para
manter a mina em condições de operação futura. Na hipótese de ser
interrompido o bombeamento, com a consequente inundação das aberturas
subterrâneas, estará perdido todo o trabalho realizado até hoje.
Seria um prejuízo nada desprezível. Não há
números confiáveis, porque a Colossus sempre se comportou
administrativamente como uma autêntica caixa preta, mas as poucas
informações disponíveis indicam que ela investiu em Serra Pelada cerca
de R$ 450 milhões. Esse dinheiro foi aplicado através da Serra Pelada
Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), a joint venture que
resultou a associação entre a Coomigasp e a mineradora Colossus
Mineração Ltda, o braço brasileiro do grupo canadense.
Da reunião de ontem participaram, entre
outras autoridades, o procurador geral de Justiça, Marcos Antônio
Ferreira das Neves, o procurador de Justiça Nelson Medrado e o promotor
Hélio Rubens. Também estiveram presente ao encontro os deputados
Domingos Dutra (SDD/MA) e Arnaldo Jordy (PPS/PA), o geólogo Edson Melo,
representando o Ministério de Minas e Energia, o superintendente do DNPM
(Departamento Nacional da Produção Mineral) no Pará, Thiago Marques, e o
interventor judicial da Coomigasp, Marcos Alexandre Moraes Mendes.
Houve ao longo da reunião, que durou cerca
de quatro horas, severos questionamentos por parte dos garimpeiros. Eles
não gostaram de saber, por exemplo, que já há um novo investidor em
negociação para assumir o lugar da Colossus, e deixaram claro que vão
exigir, em caso de novo contrato, que volte a cláusula original que
destinava à Coomigasp uma participação de 49% no controle acionário do
empreendimento.
Os líderes garimpeiros reafirmaram também,
dando a suas palavras um tom de inquestionável veracidade, os rumores
que circulam intensamente em Curionópolis dando conta de que a Colossus
teria extraído da mina uma grande quantidade de ouro, que de lá teria
saído clandestinamente.
O representante do MME, Edson Melo, e o
superintendente do DNPM, Thiago Marques, consideraram “muito difícil”
que isso tenha acontecido. (Diário do Pará)
2 comentários:
ESSES REPRESENTANTES CONSIDERARÃO DIFÍCIL TER SAÍDO PORQUE PEGARÃO UMA PONTINHA A E TAMBEM E NÃO FOI POUCO NÃO COM CERTEZA......
A VERDADE É DIFÍCIL A PROVAR. TEM QUE FICAR É ABAFADO MESMO É MUNTOS NESTA FATIA DO BOLO KKKKKKKKKK
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