Imperatriz e São Luís aparecem entre os 100 municípios, como mais 50 mil habitantes, com as taxas mais elevadas de homicídio entre os negros. Em Imperatriz, o índice é de 78, 3 enquanto São Luís é de 70,1.
O mais recente levantamento sobre a violência no Brasil, lançado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), intitulado de “Mapa da Violência - A cor dos homicídios no Brasil” mostra que no intervalo de 2002 a 2010 cerca de 35 mil jovens negros foram mortos no Brasil.
A pesquisa foi produzida com base nas certidões de óbito e comprovou que 34.983 negros foram mortos no Brasil, contra 14.047 brancos, isso apenas em 2010. Levando em conta 22 dos 26 estados do país, incluído o Distrito Federal, o número de assassinatos de negros é sempre maior do que o de brancos. Para o professor de história da educação básica, Mestre em Educação e integrante do Quilombo Urbano, Hertz da Conceição Dias, esses dados, mesmo que insuficientes revelam extrema preocupação. “Esse tipo de relatório só foi possível de ser realizado a partir de 1996 quando os homicídios em nosso país passaram a ser tipificados racialmente, com um percentual superior a 90% dos registros. Contudo, os dados, ainda que insuficientes e oficiais, são extrema preocupação, sobretudo pelo fato de vivermos em um país em que não há guerra civil oficialmente declarada. Aliás, as elites e os governos nunca declararam guerra aos pobres, simplesmente implementam políticas de extermínio como a eugenia racial do início do século passado e que renasce com toda a força no início do século XXI”.
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A faixa etária em que mais cresce esse tipo de violência no Brasil se dá entre os jovens, por volta dos 21 anos de idade. No Maranhão segundo a Secretaria de Igualdade Racial essa faixa etária vai dos 13 aos 29 anos. Entre os 12 e 21 anos, a taxa entre os negros sai de 2,0 homicídios para cada 100 mil habitantes para 89, 6%, aumentando em 46 vezes. Entre os brancos, nessa mesma faixa etária, a taxa sai de 1,3% para 37,3, crescendo 29 vezes. No entanto, no período de 2002 a 2012 divulga-se no Brasil uma quase estagnação nos dados sobre homicídios. Acontece que essa situação decorre de uma queda acentuada entre os jovens brancos de aproximadamente 33%, enquanto entre os negros cresceu 23,4%. Entre a juventude negra maranhense esse crescimento foi de 209,2% o sexto maior do país.
“Isso é muito grave. São Paulo, por exemplo, teve um decrescimento nesse período de 70,7%. Por isso é muito importante fazer esse recorte racial”, alerta Hertz da Conceição Dias. Para a estudante, Thaynara Melo Soudré, “Os negros são as maiores vítimas pela falta de oportunidades. Apesar de não ser declarado, o racismo existe no Brasil e quando se trata de ser negro e pobre ele é pior ainda. Então esses números nada mais são do reflexo do que foi feito ao longo da história e se segue fazendo”, avalia.
Em face da realidade dos números, o antropólogo, Carlos Benedito diz que “Esses números revelam uma desigualdade social e histórica, por conta da escravidão a que os negros foram submetidos. E mesmo depois de libertos, nada se fez para que essa população tivesse a possibilidade de acender socialmente, conquistar lugar no mercado de trabalho”, explica. Quem compactua com o que sugere o antropólogo Carlos Benedito é a pedagoga, doutora em Educação na área de Políticas Públicas, Ilma Vieira do Nascimento. E acrescenta: “As maiores vítimas são os negros e para se entender essa razão é só olhar para a história. Olhar para o que fizeram com eles ao longo da história. Tudo está ligado ao processo histórico e cultural. Não foram oferecidas aos ex-escravos as condições econômicas e sociais para que eles pudessem se desenvolver”.
O que o Mapa da Violência revela tem raízes históricas. Segundo o estudo, em 1999, o Maranhão apresentava um dos menores índices de homicídios, que correspondia a 4,6 homicídios em 100 mil habitantes. Porém, esse índice disparou e praticamente quadruplicou em 2010 chegando a 22,5%, próximo à taxa nacional.
Entre as localidades que fazem o Maranhão figurar entre os primeiros da lista de violência contra os negros está principalmente a região metropolitana de São Luís e os municípios de Imperatriz e Açailândia. Fato que pode ser entendido quando levado em conta as regiões urbanas, com grande índice de criminalidade.
Imperatriz e São Luís aparecem entre os 100 municípios, como mais 50 mil habitantes, com as taxas mais elevadas de homicídio entre os negros. Em Imperatriz, o índice é de 78, 3 enquanto São Luís é de 70,1.
As causas segundo Hertz da Conceição Dias “É a falta de política de mudança estrutural e outras específicas [ações afirmativas] para a população negra que passa pela titulação das terras dos remanescentes de quilombolas ou de terra de preto até o acesso à universidade pública, entre outros. Mas, de maneira geral, basta olhar clinicamente para os estados mais violentos contra a população negra, sobretudo do Norte e Nordeste, que você verá as velhas oligarquias a sua frente”. (Borges Júnior, de O imparcial).
3 comentários:
E voçe queria que fosse diferente?Se no Maranhão temmais de 70% de população de cor e/ou raça negra,como é que poderia morrer 78 de amarelos ou brancos?Estatisticamnete está correto,e voçe pode tambem dizer que mais de 80% dos assassinos são de cor e/ou raca negra.Não tem nada errado,na analise estatistica.Fica atvo Josué,e deixe ser mané.Teu amigo
Ei meu "amigo da Onça"! Não fui eu que fiz essas estatísticas, tai no texto nome da entidade responsável por essas dados. Mas isso que você diz não faz muito sentido. DE onde tirou esses números? Te afirmo que em Imperatriz os negros nunca foram maioria e aqui 78,3% dos assassinatos foram de negros.
Josue,lá no polo norte,100% dos assassinados,são esquimós,e 100% dos criminosos são esquimos.Tá explicado?Teu amigo
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