Elas se encontram nos
escritos de pensadores, estadistas, militares, cortesãos, artistas,
estrategistas. Cezar, Sun Tzu, Gracian, Bernard Shaw, Maquiavel, Napoleão,
Bismark, Talleyrand, Richelieu, Clausewitz, Lao Tse, Ibn Khaldun, Guicciardini,
Castiglione, Richelieu, Churchill,Mazarin, são alguns dos principais
formuladores destas leis, que foram escolhidos para citar, afim de ilustrar a grande
variedade de épocas, países, culturas e ocupações profissionais que as
produziu.
Sim, o exercício do
poder está sujeito a leis. Não se trata aqui de leis votadas pelo Legislativo e
formalmente editadas pelo sistema político de um país, para regulamentar a ação
política dos órgãos de governo e de representação, e as suas atribuições e
responsabilidades.
Correspondem à
institucionalização do processo político, e, como tais, são necessárias e
importantes. São respeitáveis e respeitadas, porque há todo um aparato
jurídico-administrativo, que se encarrega de assegurar o seu acatamento.
Mais ainda, delas
depende a legitimidade do poder, a civilidade das relações políticas e a
estabilidade social. É por meio das formas legalmente promulgadas, na
Constituição e nas leis especiais e ordinárias, que a democracia se realiza.
As leis do poder, que
vamos apresentar nesta coluna, aquelas que você, como um político que busca o
poder, não deve nunca se atrever a desrespeitar, correspondem àquela parte do
iceberg da política que fica submersa.
São leis não formais
de prudência e sabedoria política. Seu foco é o comportamento real das pessoas
e não o ideal, ditado por valores
morais, sociais e culturais;
Seu objetivo é rigoroso e exclusivo: a
conquista, o exercício e a manutenção
do poder, sem submissão a qualquer valor ou finalidade não política;
Seu exercício é de livre decisão individual. O
indivíduo goza de total liberdade para seguir ou não as suas regras. Nada, nem
ninguém o obrigam;
Sua sanção se manifesta no resultado? Favorável para quem as segue desfavorável para
quem as ignora.
Encontram-se em
escritos que cobrem um período de 3 milênios, e que provêm tanto do Ocidente
como do Oriente. Não obstante as enormes diferenças de épocas históricas e de
sociedades, eles guardam uma notável coerência entre si, e constituem um
verdadeiro corpo de conhecimentos, em torno de um mesmo objeto de estudo,
resultado da observação interpretação, e testadas na prática da ação política.
A notável longevidade
e surpreendente universalidade deste corpo de conhecimentos? Permitiram a sua
validação ao longo da história política.
Não é por outra razão
que seus formuladores recorrem com tanta freqüência a exemplos históricos, para
confirmar, pelos fatos, seus princípios, regras e postulados.
Os exemplos
históricos que usam para confirmar a validade dos princípios que postulam são
ilustres, fartamente conhecidos e memoráveis: o Velho Testamento, episódios da
história dos grandes impérios como o Egípcio, o Chinês, o Persa, o Romano, o
Papado, a Itália dos Sforza, Médici e Borgia, a arte da guerra, a vida de reis
e de príncipes, os conflitos religiosos, as revoluções, as sedições e golpes
políticos, até as obras literárias irreverentes, às reflexões realistas sobre
os homens, a política e o governo.
São apresentados da
mais variada forma, como revela a mera referência aos exemplos mencionados.
Seus formuladores preferem apresentá-los sob a forma de advertências,
conselhos, alertas, lembranças, em aberto contraste com a maneira convencional
de encarar o assunto. Neste aspecto, muitas vezes chocaram seus leitores pela
forma direta, pela fria objetividade e, em muitos casos, pelo conteúdo amoral
das admoestações.
O Império Romano é um
exemplo histórico usado para confirmar os princípios das leis do poder. Embora
de diversificado formato literário, na maioria dos casos, são escritas como um
conjunto de máximas, aforismos, frases célebres que se propõem a revelar uma
verdade, pela auto-evidência, expressa na sua concisa formulação.
Máximas e aforismos
dispensam longas argumentações, formulações teóricas, e justificativas. São
propostas como verdades em si mesmas, supondo que o indivíduo, ao lê-las ou
ouvi-las, as aceita pelo seu poderoso efeito persuasivo.
Grande parte desses
conselhos e advertências perdeu, ao longo dos séculos, as referências do seu
autor. Isto se deve ao fato de que, por serem muito concisas formuladas como
uma frase, ou um período curto, se não foram transcritas num texto e chegaram
aos pósteros pela tradição oral, é impossível determinar seu autor.
As Leis do Poder,
como uma parcela especial deste corpo de conhecimento, codificado em máximas e
aforismos, partem de uma premissa muito simples:
Certas ações,
praticadas em observância àquelas leis, resultam em maior poder para quem as
pratica; enquanto outras, praticadas em conflito com aquelas leis, resultam em
perda de poder e até mesmo em ruína política.
Finalmente, resta
acrescentar que estas leis são práticas. Elas codificam um conhecimento
prático, aplicável a qualquer situação onde a problemática da política. Conquistar
e manter o poder se faça presente.
Consistem em
conselhos, advertências e orientações para aqueles que se dispõem a participar
da política real, com seus riscos e custos, diferentemente daquela outra
política, da oratória balofa, da submissão ao politicamente correto e da
retórica das intenções. É para os primeiros que este corpo de conhecimentos foi
criado. Por isto é um conhecimento prático, amparado em uma fartura de exemplos
e medido por resultados visíveis.
Os conselhos e
advertências que essas leis incorporam, não devem ser entendidos como meros
conselhos e meras advertências. São muito mais. São regras de sobrevivência.
São avisos do que funciona e do que não funciona.
Em uma palavra, são
leis. Há um preço a pagar por desrespeitá-las, e o poder é a moeda com que se
paga. *Francisco
Ferraz*
Um comentário:
Enquanto isso...
O ex-deputado Remi Trinta ainda esnobar carro de R$350, depois que sua esposa destruiu Araioses e ele o SUS
http://evandeandrade7.blogspot.com.br/2013/01/o-ex-deputado-remi-trinta-ainda-esnobar.html
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